O operário em construção

Laura Moreira interpreta o poema de Vinícius de Moraes Acompanhe também a letra na íntegra Era ele que erguia casasOnde antes só havia chão.Como um pássaro sem asasEle subia com as casasQue lhe brotavam da mão.Mas tudo desconheciaDe sua grande missão:Não sabia, por exemploQue a casa de um homem é um temploUm templo sem religiãoComoContinuar lendo “O operário em construção”

Os treze poemas da frente

Elder Vieira, 30 de dezembro de 2022 1. Da Democracia Quero prenhe de povo meu ventre, feito bage, rio fuviando de peixe. Feito luz do sol por trás da noite quente, e fábrica, grávida de greve e de gente. Feito o riso de meu povo por entre cerrados dentes, feito a esperança, de novo, noContinuar lendo “Os treze poemas da frente”

A Copa acabou

Foi-se a Copa? Não faz mal.Adeus chutes e sistemas.A gente pode, afinal,cuidar de nossos problemas. Faltou inflação de pontos?Perdura a inflação de fato.Deixaremos de ser tontosse chutarmos no alvo exato. O povo, noutro torneio,havendo tenacidade,ganhará, rijo, e de cheio,A Copa da Liberdade. Carlos Drummond de Andrade (autor de Mãos Dadas, em foto de 1940) escreveuContinuar lendo “A Copa acabou”

Poesia matemática

Um Quociente apaixonou-seUm diaDoidamentePor uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerávelE viu-a, do Ápice à Base…Uma Figura Ímpar;Olhos rombóides, boca trapezóide,Corpo ortogonal, seios esferóides. Fez da suaUma vidaParalela à dela.Até que se encontraramNo Infinito. “Quem és tu?” indagou eleCom ânsia radical.“Sou a raiz quadrada da soma dos quadrados dos catetos.Mas pode chamar-me Hipotenusa.” E falandoContinuar lendo “Poesia matemática”

A esperança… dança… tem que continuar

O Bêbado e o Equilibrista De João Bosco e Aldir Blanc, com Elis Regina Caía a tarde feito um viadutoE um bêbado trajando luto me lembrou CarlitosA lua, tal qual a dona de um bordelPedia a cada estrela fria um brilho de aluguel E nuvens lá no mata-borrão do céuChupavam manchas torturadasQue sufocoLoucoO bêbado comContinuar lendo “A esperança… dança… tem que continuar”

Futuro neon

Rosani Abou Adal in Paixão por São Paulo, Editora Terceiro Nome Flores brotam no coração da Sé, a Catedral sorri em uníssono. O chafariz ilumina e acolhe os homens sem teto e sem fruto. Os sonhos refazem a vida que colhe esperanças no altar mor das ilusões. O evangelho é proclamado pelos fiéis no banco daContinuar lendo “Futuro neon”

Soneto do perdido amor

Elder Vieira, 7 de Julho de 2022 Amar e não saber-se enfim amado – eis o que consome e entristece. E o coração que d’uma dor assim padece não pode estar seguro e sossegado. Não se trata de querer-se apaziguado, ou sem fome que de alimento até esquece: É ter um bem que de ausênciaContinuar lendo “Soneto do perdido amor”

Prá não dizer que não falei de flores

Na interpretação de Luiz Gonzaga, o Lua Geraldo Vandré Caminhando e cantando e seguindo a cançãoSomos todos iguais, braços dados ou nãoNas escolas, nas ruas, campos, construçõesCaminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saberQuem sabe faz a hora, não espera acontecerVem, vamos embora, que esperar não é saberQuemContinuar lendo “Prá não dizer que não falei de flores”

Os filhos de Khalil Gibran

Khalil Gibran (1883-1931) foi um ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, também considerado um filósofo, embora ele mesmo tenha rejeitado esse título. Seus livros e escritos, de simples beleza e espiritualidade, são reconhecidos e admirados para além do mundo árabe. Seus filhos não são seus filhos. São os filhos e filhas da VidaContinuar lendo “Os filhos de Khalil Gibran”