Aquarela brasileira

Qual o enredo deste 3 de Julho? Cabem Gonzaguinha e “ninguém quer a morte, só saúde e sorte“; Chico Buarque e “dormia a Pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações“; e também dele “amanhã vai ser outro dia“. Ilustremos este domingo de inverno com Martinho da Vila. Vejam essa maravilhaContinuar lendo “Aquarela brasileira”

Guimarães Rosa

Mineiro de Cordisburgo, João Guimarães Rosa nasceu em 27 de Junho de 1908. Imortal que se tornou pela Academia Brasileira de Letras, comemoramos seu aniversário com dois poemas e um pensamento, espelhos da nossa gente. Na foto, o autor de Sagarana em viagem pelo … Grande Sertão: Veredas. Todo caminho da gente é resvaloso.Mas também,Continuar lendo “Guimarães Rosa”

100 anos da vírgula

O famoso texto da Associação Brasileira de Imprensa data de 7 de abril de 2008, quando completou cem anos de existência. Mas é sempre atual, instrutivo e nos faz lembrar do c cedilha: levem-no à força ou à forca? Para que ninguém mude uma vírgula da sua informação. A vírgula pode ser uma pausa… ouContinuar lendo “100 anos da vírgula”

Chico Lino, poeta

VAZIO De generosa crueldade A atualidade é plena Poesia alivia a pena Com a morte Ninguém se conforma Tudo que transcende Nos transtorna Quando deveriam promover os negros implodiram Palmares; Quando deveriam apoiar povos indígenas deixaram aos azares; Quando deveriam promover a saúde Sequer saldaram; Uma palavra ressoa Nessa noite de estio “Vazio” O estropícioContinuar lendo “Chico Lino, poeta”

34ª Bienal: Faz escuro mas eu canto

Performance no The Centre for the Less Good Idea, Johannesburg, 2019. Foto: Stella Olivier. Cortesia da artista e The Centre for the Less Good Idea Uma vez por mês, os artistas da 34ª Bienal de São Paulo abrem seus ateliês e falam sobre sua trajetória, as obras que estão produzindo para a Bienal e suasContinuar lendo “34ª Bienal: Faz escuro mas eu canto”

Nelson Sargento (1924-2021), um baluarte da Mangueira e do samba

Publicado originalmente em Blog do Renato:
O cantor e compositor Nelson Sargento, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e um dos maiores nomes do samba, morreu de Covid-19, na manhã desta quinta-feira (27), aos 96 anos. Ele chegou a ser entubado na véspera, mas não resistiu. Sua morte ocorre no dia em que…

De jogada em jogada, um show de rádio

Quem como eu cresceu, ou adulto já era, acompanhando o futebol pelo rádio, certamente era ouvinte do Show de Rádio da Jovem Pan. Mesmo quem ia a campo, na saída sintonizava no pós-jogo de Estevam Sangirardi, que sempre “estava na parada”. Com uma equipe de jovens humoristas esportivos, cada qual encarnando personagens fanáticos torcedores dosContinuar lendo “De jogada em jogada, um show de rádio”

Fala dos inconfidentes mortos

Cecília Meirelles Romanceiro da Inconfidência Poema final, após 85 romances Treva da noite, lanosa capa nos ombros curvos dos altos montes aglomerados… Agora, tudo jaz em silêncio: amor, inveja, ódio, inocência, no imenso tempo se estão lavando… Grosso cascalho da humana vida… Negros orgulhos, ingênua audácia, e fingimentos e covardias (e covardias!) vão dando voltasContinuar lendo “Fala dos inconfidentes mortos”

O capetão que veio para dizimar a cultura

Maestro Marcos Vinicius de Andrade IGNORÂNCIA ACIMA DE TUDO, BARBÁRIE ACIMA DE TODOS É sabido que, entre 2015 e 2020, o mercado cultural do Brasil e de quase todo o mundo passou por fortes turbulências, devidas principalmente ao avanço predatório da globalização, aos desníveis sócio-econômicos regionais e, principalmente, à irrupção das novas tecnologias digitais queContinuar lendo “O capetão que veio para dizimar a cultura”

Mãos Dadas

“O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.” Carlos Drummond de Andrade, em 1940 Não serei o poeta de um mundo caduco.Também não cantarei o mundo futuro.Estou preso à vida e olho meus companheiros.Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.Entre eles, considero a enorme realidade.O presente é tão grande,Continuar lendo “Mãos Dadas”