Não tem meses surgia uma quadrinha que embalou nossa caminhada à seringa: vacina sim, vacina sim, vacina sim, eu quero ver todos cantando assim. Salve Nelson, salve a verde-e-rosa, o samba agoniza mas não morre.
Nas dicas deste fim-de-semana, um espetáculo do presidente de honra da Mangueira.
Agoniza mas não morre
Samba,
Agoniza mas não morre,
Alguém sempre te socorre,
Antes do suspiro derradeiro.Samba,
Negro, forte, destemido,
Foi duramente perseguido,
Na esquina, no botequim, no terreiro.Samba,
Inocente, pé-no-chão,
A fidalguia do salão,
Te abraçou, te envolveu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você não percebeu.
O cantor e compositor Nelson Sargento, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e um dos maiores nomes do samba, morreu de Covid-19, na manhã desta quinta-feira (27), aos 96 anos. Ele chegou a ser entubado na véspera, mas não resistiu. Sua morte ocorre no dia em que o número de vítimas da pandemia no Brasil deve ultrapassar a marca de 455 mil pessoas.
Autor de canções memoráveis – como Acabou Meu Sossego, Agoniza, Mas Não Morre, Cântico à Natureza e Falso Amor Sincero –, o sambista estava internado no Instituto Nacional do Câncer (Inca) desde sexta-feira (21), para tratar um câncer de próstata. No mesmo dia, ele testou positivo para o novo coronavírus.
“E lá vem a foice dessa pandemia horrorosa ceifar mais uma vida brilhante. Nossa lenda do samba, meu amigo Nelson Sargento”, lamentou Elza Soares. “Vou lembrar de você assim, com esse olhar sempre doce. Faça…
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Um comentário em “Nelson Sargento (1924-2021), um baluarte da Mangueira e do samba”