Energia limpa e renovável
A Fundação Maurício Grabois, por meio da Cátedra Cláudio Campos, organizou seminário sobre o desmonte do setor de energia no Brasil e os caminhos para a sua reconstrução. A primeira mesa concentrou-se na Petrobrás, reservando-se a segunda à Eletrobrás, no dia 30.5.2022, transmitida pela TV Grabois.
Aos adjetivos “farta” e “barata”, usados como características positivas da soberania energética brasileira, foram adicionados “limpa” e “renovável”. A produção de eletricidade a partir dos vastos recursos hídricos do território nacional, além de contribuir para o desenvolvimento sócioeconômico do país, ajuda a manter a vida e o planeta em boas condições, dado o baixo carbono emitido quando do seu uso. Ademais, a rede de distribuição permite o consumo em local distante da geração, atingindo hoje mais de 99% da população do país.
Ao contrário do petróleo, a eletricidade é de difícil importação e estocagem. Seu consumo é praticamente inelástico, ou seja, não sofre variação significativa em razão, por exemplo, dos preços praticados. Para gerar e distribuir quase que instantaneamente a energia que o país precisa, um complexo sistema integrado de usinas produtoras, mormente hidrelétricas, e reservas de água represada como fonte potencial é exigido. Uma gestão, aqui como no mundo, que só o poder público é capaz de fazer. E essa é a tarefa primeira da Eletrobras, empresa criada pelo Brasil nos anos 1960.
A estatal tem duplo papel, como a Petrobras, no desenvolvimento nacional: além de ajudar a suprir a energia necessária à industrialização do país, é produtora e compradora da engenharia nacional.
Por dez anos, Itaipu configurou-se como a maior usina hidrelétrica do mundo. Por vinte anos, a rede de distribuição da Eletrobras foi a mais extensa do planeta.

Mas o aporte tecnológico não para por aí. A geração de eletricidade também vem sendo feita a partir da energia eólica, fotovoltaica e térmica, sendo esta última mais poluente e cara que as de outras origens. E, segundo os especialistas, pouco necessária, já que o potencial hidráulico ainda não está sendo totalmente utilizado.
O setor de energia é tipicamente monopolista. A iminente transferência de controle o será, se concretizada como se anuncia, a monopólio privado. A que preço, é o tema da segunda parte desta cobertura.
A mesa contou com a apresentação de Rosanita Campos, abertura por Nilson Araújo de Souza, moderação de Nivaldo Santana e debate entre Ildo Sauer, Roberto D’Araújo, Aurélio Valporto, Clarice Ferraz, Íkaro Chaves e Sérgio Cruz.
O desmonte da Petrobras você confere aqui.
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