A busca da soberania energética
A Fundação Maurício Grabois, por meio da Cátedra Cláudio Campos, organizou seminário sobre o desmonte do setor de energia e os caminhos para a sua reconstrução. Na primeira mesa, realizada em 23.5, o tema foi a Petrobras, reservando-se a segunda à Eletrobrás, no dia 30.5.2022, às 18 horas, com transmissão ao vivo pela TV Grabois.
A segurança energética de qualquer país só pode ser plenamente alcançada com a gestão soberana das fontes de energia. Ademais, este é um fator fundamental para promover o desenvolvimento nacional.
País de vasta extensão, provido de fartos recursos hídricos e minerais e dotado de um povo cósmico, o Brasil parece condenado a brilhar entre o universo das Nações. Nesse sentido, rompimento das relações coloniais e meramente agro-exportadoras em 1930 deu passo à busca pelo domínio da energia em quantidade suficiente para promover a industrialização e alcançar o desenvolvimento econômico e social compatível com as potencialidades do Brasil.
A riqueza natural do Brasil atiça a cobiça dos centros imperialistas internacionais, a começar pelos EUA, cuja política externa visa não só a impedir o desenvolvimento dos países potencialmente hegemônicos como se aproveitar das suas fontes de energia.
Até então dependente da importação de petróleo, componente mais relevante da matriz energética global, como resposta de Getúlio Vargas ao clamor popular do “Petróleo é Nosso”, foi fundada em 1954 a Petróleo Brasileiro S.A., por todo o mundo conhecida como Petrobrás.
Em seus quase setenta anos de vida, a empresa evoluiu do projeto inicial à condição de autossuficiência e mesmo exportadora de óleo cru, alcançando pioneiramente bacias em águas profundas e na camada do pressal. Dedicou-se também, com sucesso, ao refino e à distribuição de combustíveis em todo o território nacional.
Entre outros ganhos pioneiros no planeta, a Petrobras substituiu em larga escala os combustíveis fósseis por fontes renováveis, a começar pelo etanol. Enquanto o mundo ainda depende em 80% do petróleo para se mover, o país conta com 46% de energia renovável.
A Petrobrás também cumpriu papel importante na industrialização do país, por meio de encomendas de insumos e equipamentos com conteúdo local, inclusive com o pagamento de preços mais altos que os praticados no estrangeiro, algo como o que os EUA fazem nos dias de hoje, e contratação de prestadores brasileiros de serviço em desenvolvimento e operação da empresa. Nos ,anos 1970, somente entre os fornecedores da Petrobrás foram estabelecidas 5.100 empresas no Brasil.
Mas as encomendas não são o único benefício proporcionado pela petroleira: ofertar combustível farto e barato à indústria e à logística também contribui sobremaneira ao projeto nacional de desenvolvimento.
A política de preços elevados dos dias de hoje é abordada na parte seguinte desta cobertura.

A mesa contou com a moderação de Jorge Venâncio, apresentação de Rosanita Campos, abertura por Renato Rabelo e debate entre Guilherme Estrela, Francisco Nelson, Carlos Rizzo, Magda Chambriand e Fernando Siqueira.
O desmonte da Eletrobras você confere aqui.
9 comentários em “O desmonte do setor de energia no Brasil -Petrobras (1)”