
Recebemos nosso exemplar de Pensamento Nacional-desenvolvimentista, obra da Fundação Maurício Grabois, organizada pela cátedra Cláudio Campos.
A corrente tentativa de o Brasil se desfazer do seu sistema elétrico nos levou a iniciar a leitura pelo capítulo 20, de autoria do presidente João Goulart.
Dando materialidade ao sonho nacional e o projeto de Getúlio Vargas, em 11 de junho de 1962 Jango instalou a Eletrobras, uma empresa que, construída por gerações, hoje detém ativos de R$ 177 bilhões e patrimônio líquido de R$ 73 bilhões.
Homenageando a tantos quantos contribuíram para a empresa, o presidente resumiu o “apreço à insuperável intuição, transformada em entusiasmo e espírito de combate, do povo brasileiro, representado por todas as suas camadas sociais, pelos humildes aos quais o sofrimento ainda não fez desesperar, pelos estudantes idealistas e combativos, pelos operários vigilantes e dinâmicos, pelos empresários progressistas e identificados com os reclamos da vida nacional, e pelas instituições brasileiras sadias e conscientes”.
Em um tempo política e economicamente difícil para o Brasil, João Goulart reafirmou que “o Brasil, através das vicissitudes de sua evolução, está percorrendo o caminho de sua emancipação”. Comprometido com a legalidade, destacou as reformas de base — agrária, administrativa, eleitoral, partidária, bancária e tributária — como a chama da esperança dos brasileiros, apagada meses mais tarde de forma violenta.
Em conclusão, Jango proferiu:
Conclamo a todos para a luta pelo engrandecimento do Brasil, na lealdade aos sentimentos cristãos e democráticos do nosso povo e na crença de que somente dentro da ordem legal saberemos resolver os problemas que interessam à nossa pátria, para sermos dignos de homens como aquele que inspirou a Eletrobrás e que se sacrificou em defesa deste país e de sua libertação, e cujo exemplo deve continuar inspirando o Brasil, o povo e as classes trabalhadoras — o Presidente Getúlio Vargas.

O resgate do pensamento nacional-desenvolvimentista é obra que merece habitar os corações e mentes dos que foram brasileiros.
Você pode adquirir seu exemplar impresso ou em PDF na Editora Anita Garibaldi.
Caro ISO SENDACZ,
No BRASIL, a atuação do ESTADO como GESTOR de EMPRESAS PÚBLICAS ou de CAPITAL MISTO foi e é um desastre. Os exemplos estão aí … no presente e passado !
O imenso poder do ESTADO pode ser limitado à CONCESSÃO e REGULAÇÃO ! Isto seria suficiente para definir os rumos e avanços de todos setores estratégicos abrangidos.
Sendo acionista, a posse de uma única GOLDEN SHARE travaria quaisquer decisões que afrontasse os interesses públicos em uma empresa.
Resumidamente, muitas ideias de SÉCULOS PASSADOS deixaram de guardar sincronismo com as EFERVECENTES TENDÊNCIAS ATUAIS.
Neste sentido, o dever dos grupos políticos é encontrar e acalentar o desenvolvimento de NOVOS TALENTOS que estejam efetivamente sincronizados com o MUNDO REAL, deixando o PASSADO apenas como um referencial ético.
Paulo Marcos
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Quando você fala em desastres do passado, refere-se aos 90 km horários do Urutu; ao pioneirismo da extração de petróleo em águas profundas; ou talvez à eletrificação do país, também uma das bases, a meu ver, do sucesso soviético na segunda guerra mundial e na conquista do espaço? Sei que há talentos novos que se movem pela ficção da riqueza monetária, mas a maioria segue movida pela humanidade da construção gregária para o futuro. O exemplar caso da privatização do tratamento de água dos municípios tocantinenses legou a maioria deles à dependência de uma nova companhia estatal de águas, já que o talento novo só quis saber dos quarenta mais rentáveis – a velha história de privatizar o lucro e socializar o prejuízo.
Em tempo, essa história de movimento internacionais de capitais como fonte de espraiar o progresso Terra afora também tem mais de cem anos, dois tempos que sucederam as transações comerciais da periferia em relação aos centros industrializados.
Resgatar o passado, como dizem os sábios, serve para não repetir os erros no presente, o referencial ético que fecha o comentário de Paulo Marcos.
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