Quadrinhos – parte II

Mort Walker não participou da 1ª Exposição Internacional de Quadrinhos. Mas nem por isso o seu famoso soldado foi menos relevante que os clássicos. Personagem universitário recrutado às Forças Armadas dos EUA quando da invasão da Coreia, tornou-se ícone dos pacifistas do mundo todo. E deste jovem brasileiro dos anos 60.

Em 1986 a L&PM Editores publicou o Melhor do Recruta Zero em português. Lá é contada a história da série de tirinhas; o autor enfatiza que o segunda maior favor que o Exército lhe fez, após a baixa, foi banir a história da Star&Stripes, revista militar oficial daquele país. Familiares dos soldados do outro lado do mundo passaram a enviar mais de uma centenas de jornais com as tiras em inglês mais lidas em território coreano.

Muito do aprendizado militar deu-se tardiamente na Justiça Militar da União. Vi práticas e conheci gente de bem e comprometida com a segurança nacional. Mas ao mesmo tempo circulavam por lá terroristas de baixa, média e alta potência, capaz de levar no colo bombas para explodir o Maracanãzinho em tarde de gala. São esses tipos que Walker desenhava. Quem sabe não tenha sido o agente da CIA Vernon Walker que os tenha treinado a fazer o que fizeram com Brasil.

Dizem que é uma característica ancestral rir de seus próprios defeitos. É preciso ter grandeza para reconhecer no desenhista a sabedoria de revelar profundos sentimento sem ofender o leitor. Por essas e outras, nossa gratidão a Mort Walker.

Continua

To be continued… A continuación...

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.