Os sete anos de regresso econômico do Brasil – segundo os economistas, foram três anos de recessão, três de estagnação e este de depressão – ficam evidentes quando o assunto é indústria. Os gráficos quadrigêmeos dos indicadores da Confederação Nacional da Indústria (edição relativa a junho de 2020) assim dizem:

De 2014 a 2016 a renda retrocedeu a níveis de dez anos antes e a ocupação caiu ainda mais, mantendo-se estagnados os indicadores até o ano passado. Este ano, sob os efeitos da pandemia, a nova quebra foi mais forte.
Como ensinou Celso Furtado, sem indústria não há superação do subdesenvolvimento brasileiro e há muito trabalho a ser feito, no sentido de revitalizar o setor mais importante da nossa atividade econômica.
Mas nos chama a atenção que nem todos os gráficos da CNI caminham juntos:


Mesmo com a economia em queda, a produtividade da indústria no Brasil cresceu nos últimos anos cerca de 10%, tendência observada desde o início do século. O mesmo não aconteceu com a renda média do operário. Quem absorveu a diferença?
No momento em que a crise se aprofundou, a Usiminas anunciou massiva demissão na ex-estatal Cosipa, em Cubatão, para na sequência resolver retomar a produção que iria descontinuar. A volta dos que saíram ou outros que lhes ocupem lugar certamente fará com que os salários caminhem ainda mais para baixo.
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