Se há 30 milhões de brasileiros subocupados na economia, destarte a crise sanitária, e o campo se encontra mecanizado, não desenvolver a indústria beira a estupidez. Não só pelo efeito multiplicador na economia, bem superior ao agro e mais ainda ao setor de comércio e serviços, que Oreiro quantifica no artigo, mas também para minorar a dependência externa de tecnologia e produtos industrializados para o consumo e a própria produção.
Outro fator relevante é a salvaguarda ante à especulação global com o preço das commodities: na alta, políticas sociais são facilmente financiadas, mas na baixa… basta ver a Venezuela, que não aproveito o barril a dezenas de dólares para implantar as “duzentas indústrias socialistas” preconizadas por Chaves.
Não é bom caminho esse que as autoridades federais estão apontando para o Brasil.
Carlos Von Doellinger defendeu que o Brasil deixe de apoiar o setor industrial e
coloque foco em suas vantagens comparativas, como o agronegócio e a mineração
Por Fabio Graner e Edna Simão, Valor — Brasília

A fala do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Von
Doellinger, ao Valor, na qual defendeu que o Brasil deixe de apoiar o setor industrial e
coloque foco em suas vantagens comparativas, como o agronegócio e a mineração,
provocou mal-estar e forte reação no setor industrial. A visão geral é que o Brasil não
pode ser comparado com países com população muito menor, como Austrália, Chile e
Canadá, e que precisa, sim, desenvolver a indústria como fonte de geração de
empregos e de aumento da renda nacional.
“Essa posição do presidente do IPEA demonstra que ele, lamentavelmente, não tem a
mínima noção da importância do segmento industrial para a produtividade e o
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Um comentário em “Fala de presidente do Ipea sobre indústria gera forte reação do setor”