A admissão plena do Brasil no Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura motivou o Conselho Empresarial Brasil-China ao debate do tema com a estudiosa dos BRICS Karin Vazques, hoje residente em Xangai, China, após vivência de 7 anos em Nova Delhi, Índia; e Sergio Suchodolski, presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, com mediação de Sandra Guardado.
Segundo o Banco Central do Brasil, “os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras” públicas, “e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social” do respectivo território. No país, além do federal BNDES, várias unidades federativas contam com instituições financeiras do tipo.
À escala internacional, há organismos multilaterais dos quais o Brasil participa, com fundos e projetos, públicos e privados. Entre eles estão os dois novos bancos sediados na China: além do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura, que tem como sócios dezenas de países dos cinco continentes e das mais diversas orientações políticas, há o Novo Banco de Desenvolvimento – o banco dos BRICS, em que África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia têm igual participação acionária, de 20% cada um.
Os palestrantes explicaram que a marca das instituições financeiras internacionais é a sustentabilidade: os projetos financiados precisam estar alinhados com os objetivos globais do milênio e colaborar para a manutenção climática da esfera terrestre.
Segundo Vazquez, os bancos visam incentivar boas práticas ambientais e reduzir as emissões de carbono. E enfrentar o Covid-19!
Os números chineses são bem conhecidos, mas não menos impressionantes. Entre 1952 e 2018 a renda per capita no país asiático cresceu mais de 70 vezes. E ele é o nosso maior cliente, compra do Brasil 3,4 vezes mais que os EUA, parte importante de Minas Gerais. Mas o comércio brasileiro na região não se limita à China: a Coreia importa mais que a França e mesmo a pequena Hong Kong é cliente mais relevante que o Reino Unido.
Mas o interesse nacional nas instituições não são somente comerciais. A classificação de risco dos novos bancos é superior à do país. ambos têm “grau de investimento”, possibilitando a captação de recursos financeiros, inclusive e massivamente da China, a custos mais interessantes do que os que o Brasil conseguiria diretamente no mercado financeiro internacional.
E o BDMG já está concorrendo a eles, para a projetos de mineração de lítio. Mesmo sabedor do passivo ambiental no Estado, dado pelas tragédias de Mariana e Brumadinho, o presidente do banco estadual de desenvolvimento acredita que novas práticas podem disponibilizar as reservas mineiras de forma sustentável. O lítio. por exemplo, serve para a produção de baterias elétricas automotivas – energia limpa – e, agora, foi desenvolvido nas universidades brasileiras novo higienizante à base do mineral, mais eficiente e barato que o álcool 70.
Sergio Suchodolski concluiu lembrando que o Brasil senta à mesa, por fundador, de ambas as agências – hoje preside uma delas -, e pode agir de forma pragmática buscando recursos ao nosso desenvolvimento.
Fica a pergunta: o lítio será diretamente exportado como commodity que é ou merece a industrialização no Brasil, para que ao mundo ofereçamos as novas baterias de energia limpa e o higienizante pronto para uso?
Boa pergunta,Iso! Já ia fazer quando vi que vc já plicava essa questão.
Mas quem vai responder?
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