O sacrifício de Getúlio foi o preço que a nação pagou para que continuássemos seguindo em frente

Carlos Alberto Pereira

Pereira, secretário geral da CGTB

A revolução de 1930 foi um salto de qualidade em nossa constituição como nação. Instituiu-se o voto universal, o direito de voto para as mulheres e acabou o voto de cabresto, sustentação das oligarquias latifundiárias. Integrou-se o negro no mercado de trabalho e promoveu- se a cultura nacional (popular).

Mas no período do “Estado Novo” é que foram feitas as mudanças políticas mais profundas em nosso país: nos direitos dos trabalhadores, em especial no salário minimo, na organização sindical, na industrialização, na cultura e na soberania nacional – enfrentamento armado à besta nazista, cabeça do imperialismo monopolista e financeiro.

A questão nacional é o cerne da questão democrática.

A destituição golpista de Getúlio em 1945 não foi um avanço. Foi um tremendo retrocesso. Dutra fez o Brasil andar para trás, no desenvolvimento, nos direitos trabalhistas, na independência e, principalmente, na democracia. Getúlio voltou nos braços do povo. Nomeou Jango ministro do trabalho. Deu 100% de reajuste no salário minimo – para repor o arrocho de Dutra – apoiou Jango para presidência do PTB. Getúlio criou a Petrobrás, o BNDES, enviou para o Congresso o projeto da Eletrobràs, promoveu o controle à remessa de lucros para o exterior e muito mais. Durante 50 anos o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo capitalista. Chegamos à quinta economia mundial.

O sacrifício de Getúlio foi o preço que a nação pagou para que continuássemos seguindo em frente. O governo Jango deu continuidade à obra de Getúlio.

Não temos que começar do zero. Já construímos os alicerces da Pátria com Zumbi, Maria Quitéria, Luísa Mahin, Luiz Gama, Tiradentes, os 18 do Forte, a Coluna Prestes, Getúlio, Elisa Branco, Jango, Brizola e os heróis da resistência à ditadura.

Nossa tarefa é honrar nossas raízes e completar a obra daqueles que nos antecederam. Sem compreender isto, não chegaremos a lugar algum.

Carlos Alberto Pereira é Secretário Geral da CGTB

Com informações da Rádio Peão Brasil. Veja mais em Dr. Getúlio.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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