
Em arroubo no debate da SBT, o candidato à reeleição garantiu que o Brasil está indo muito bem, bastava comparar com o resto do mundo, no que é secundado por certo tipo de economista, que aos engenheiros do tipo, no século passado, costumava-se chamar de “marca barbante”.
De plano, sem trocadilho com a forma da Terra dos devaneios presidenciais, não se espera fala de um presidente de a inflação no Brasil ser a metade da estadunidense, algo como 8 para 4. Desconheceu o fato de que 4,4%, praticamente a meta anual, é apenas o acumulado dos oito primeiros meses do ano. A variação anual dos últimos doze meses e a projeção dos especialista para este ano estão entre 8 e 9%, tanto lá como cá. Nos supermercados brasileiros, para comprar alimentos, a alta é muito maior: 15% em um ano, mesmo com R$ 600 bilhões de dinheiro público gastos na política monetária do Banco Central.
Por isso é que a queda do preço da gasolina não se faz sentir na despensa de dezenas de milhões de brasileiros em insegurança alimentar.
No mundo real, aquele em que o Brasil já perdeu mais de 685 mil vidas por Covid-19 sob o mando de Bolsonaro e o governo compra mais pílulas azuis do que remédios para a farmácia popular, talvez a China seja um bom parâmetro de comparação.
A Macrotrends colige dados dos países (e também de empresas) desde os anos 60. Partamos de 1980, a chamada “década perdida no Brasil”. Era um tempo em que o PIB brasileiro superava o chinês, não obstante o país asiático ser muito mais populoso.


Enquanto a China caminha para suplantar os EUA em produção, o Brasil engatou a ré na última década. A baixa produtividade da economia brasileira dependente deixou a população do país mais pobre. O porquê repousa na ação do Estado na economia. No caso brasileiro, a inclinação das curvas foram um pouco melhores durante a presidência de Lula, de quem se espera mais arrojo se voltar ao comando do país no próximo ano. Ninguém cresce de verdade debaixo da opressão financeira, é preciso reindustrializar o país e não ficar “fechado com Bolsonaro“.
O título remete ao artigo de Luis Carlos Paes, quando no início do ano passado Jair Bolsonaro disse não poder fazer nada ante um país quebrado. Lá, o Especialista do Banco Central enumerava uma série de propostas de enfrentamento da crise estrutural que o Brasil atravessa, mas que não foram acatadas pelo Exmo. Sr. Presidente da República e a pior equipe econômica da história.

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