Engenharia pela Democracia

A Engenharia visa o bem estar do ser humano.

O movimento lançado um dia após o Brasil ir às ruas contra o retrocesso já havia consignado em seu manifesto fundador: “basta a toda esta devastação. Iremos às ruas pelo fim deste projeto de destruição nacional. Não aceitamos a regressão do Brasil a um estágio de neocolônia escravocrata em pleno sec. XXI. O Brasil fornecedor de grãos, carnes e minérios não processados. O Brasil desindustrializado, com aglomerações urbanas caóticas.”

O evento iniciou com a apresentação do vídeo institucional do movimento, que destaca as três dimensões da democracia: política, econômica e socioambiental.

A Hora do Povo fez a cobertura do encontro em Engenheiros condenam desmonte do setor e defendem fortalecimento da democracia. Dos debatedores, destacamos:

Precisamos de uma engenharia fortalecida, precisamos lutar pela soberania nacional, contra qualquer dependência tecnológica. Para ter essa engenharia fortalecida, precisamos fortalecer o nosso sistema democrático, nós temos uma Constituição de 1988, muito jovem ainda, mas para fortalecermos a democracia do nosso país, é preciso investir na educação, ter educação de qualidade, que fazem-nos pensar, agir, que fomente a ciência e a tecnologia, para que possamos resolver os problemas. Estamos vendo a redução massiva de recursos da nossa educação, ciência e tecnologia. Existe uma fuga em massa do nosso conhecimento, com os estudantes indo para fora do país, porque há um desmonte da ciência e da tecnologia no país, existe um projeto para acabar com o nosso conhecimento. (Eng. Roseli Lopes, professora da Poli-USP)

O Brasil vem perdendo a capacidade de produção, de desenvolvimento e tecnologia, que se agravou ainda mais no período em que vivemos, principalmente com o negacionismo que vem acontecendo no país, que nega a ciência, nega os avanços científicos e tecnológicos, que afeta milhares de pessoas. É um projeto de governo, que desmonta o nosso conhecimento através dos ataques, das mentiras e da negação. O movimento EngD é fundamental e essencial neste período, em que é preciso discutir, lutar, entender e lutar para combater esse desmonte no nosso país, de lutar pelo progresso da ciência, lutar pela democracia. O que estamos vendo no país é falta de competência para sanar essas questões, é preciso encontrar soluções para garantir o desenvolvimento pleno da nossa engenharia, da nossa ciência e da nossa tecnologia. (Eng. Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE e CBPF)

Hoje vivemos um momento em que o Estado brasileiro está sendo destruído inteiramente, não está sobrando pedra sobre pedra sob o Estado brasileiro. Isso não vêm de agora, apesar que vivemos hoje essa conclusão do desmonte do Estado com o governo que defende os interesses não brasileiros. A dimensão desse desastre, que impacta diretamente a soberania brasileira, é um ataque direto ao povo brasileiro, um freio e um decréscimo do nosso desenvolvimento, promove o fim da ciência, da tecnologia nacional. Essas medidas privatizantes acabam com o nosso país. É preciso lutarmos pela soberania nacional, não desnacionalizando nossas empresas, não desmontando as nossas estatais, nossas universidades, não acabando com as nossas conquistas, não acabando com o que construímos. É necessário nos organizarmos para defender a engenharia, defender a nossa democracia, defender a nossa soberania nacional, sem qualquer desmandos por qualquer governo. É preciso que o povo brasileiro seja o real beneficiário das conquistas nacionais e do nosso Estado. (Geólogo Guilherme Estrella, o descobridor do pressal)

Somos herdeiros do legado do pensamento que construiu esta Nação nos últimos 200 anos de independência inacabada do Brasil. A engenharia é uma parte exponencial e sofisticada do nosso enorme capital cultural. Para construir uma plena democracia descobriu-se tardiamente que é necessário ter muita engenharia engarrafada em seu seio. Ou seja, mais democracia é mais engenharia. Distribuir os benefícios advindos da revolução tecnológica à toda a população em termos de moradia, segurança alimentar, saneamento ambiental, energia, banda larga, transportes e mobilidade dependem de uma democracia poderosa e uma engenharia com um laço social voltada a resolver problemas aparentemente sem soluções de forma criativa. Por onde se passa tem trabalho da engenharia. Do porto ao aeroporto. Do grão ao avião. Em todas as cadeias produtivas. Isto são inteligências coletivas lincadas e articuladas. (Eng. Allen Habert, animador da Engenharia pela Democracia)

Assim conclui o manifesto:

Sim, estamos de luto. Mas, por isso mesmo, lutamos. Ao lado do povo brasileiro. Por mais vacina, por comida no prato e pelo fim do governo genocida.

Das profundezas do pressal ao espaço sideral, a engenharia brasileira tem muito a contribuir com o desenvolvimento nacional e o bem estar da nossa gente.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

6 comentários em “Engenharia pela Democracia

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