
Treva da noite, lanosa capa
nos ombros curvos dos altos montes aglomerados…
Agora, tudo jaz em silêncio:
amor, inveja, ódio, inocência,
no imenso tempo se estão lavando…
Grosso cascalho da humana vida…
Negros orgulhos, ingênua audácia,
e fingimentos e covardias (e covardias!)
vão dando voltas no imenso tempo,
– à água implacável do tempo imenso,
rodando soltos, com sua rude miséria exposta…
Parada noite, suspensa em bruma:
não, não se avistam os fundos leitos…
Mas, no horizonte do que é memória da eternidade,
referve o embate de antigas horas,
de antigos fatos, de homens antigos.
E aqui ficamos todos contritos,
a ouvir na névoa o desconforme,
submerso curso dessa torrente do purgatório…
Quais os que tombam, em crime exaustos,
quais os que sobem, purificados?
Se Tenente é hoje o antigo Alferes, Jair Messias só virou capitão pela reforma precoce. Tiradentes, ao contrário, ganhou da história a posição mais alta no Panteão da Pátria. Sua memória, exemplo e lições seguem no coração dos brasileiros, como chama para superar o vírus do silvério presidente.
Viva Joaquim José da Silva Xavier e a Inconfidência Mineira, passo primeiro da Independência do Brasil!
Rememore a edição de 2020: Mil vidas eu tivesse…
2 comentários em “Fala dos inconfidentes mortos”