
Em 2010 escrevia para a Fundação Maurício Grabois o então deputado federal Aldo Rebelo, ele próprio detentor da Medalha Tiradentes da Alerj, sobre a atualidade da questão nacional. Trazemos alguns destaques neste dia de júbilo pátrio em que rememoramos o prócer desta página e da Independência do Brasil.
A atualidade de Joaquim José da Silva Xavier deve ser celebrada no 218º aniversário [231º em 2023] de sua imolação como símbolo de um movimento de autonomia nacional que ainda hoje está por se completar na formação social brasileira. A Conjuração Mineira foi um daqueles sonhos a que os homens se entregam por intuírem o caminho da História antes de a História lhes oferecer as condições determinantes para a materialização do sonho.
O sonho dos conjurados era implantar fábricas de tecidos e siderurgias na colônia que queriam tornar país. Inspirados por versos de Virgílio [Libertas quae sera tamen], os conjurados de Minas Gerais reivindicavam liberdade ainda que tarde e miravam as nuvens que a Ilustração espalhara no céu da democracia, do que foram exemplos mais eloqüentes a Independência dos Estados Unidos da América, que nasciam como república, e a gloriosa Revolução Francesa. Nações em formação no Novo Mundo, como a americana e a brasileira, e as Colômbias de Simon Bolívar, já eram grandes demais para caber no apertado gibão da Europa feudal em transição para o capitalismo.
As lutas do passado continuam, por outros meios e caminhos, no presente. Os embates que o Brasil trava contra o protecionismo das grandes potências, as pressões para a liberalização comercial que nos engoliria como país produtor de riquezas, e tantas outras ofensivas, fortalecem a convicção de que a Questão Nacional está viva, e aponta para a necessidade de mantermos a soberania nacional como atributo essencial do Estado.
Nos dias de hoje, sofremos um tipo novo de intervenção que nos limita a autonomia de dispormos de nosso território e recursos naturais em benefício do desenvolvimento e do bem-estar do povo. O exemplo histórico de Tiradentes é um alento para continuarmos a luta pela autonomia de um projeto nacional e soberania do Brasil. (+767 palavras, Fundação Maurício Grabois)
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