A Inteligência Visionária concentra alguns vídeos de dez a vinte minutos sobre a trajetória de grandes corporações empresariais e fortunas no Brasil e outros países do mundo. O episódio sobre a saída da Ford do Brasil traz, além das dificuldades que tem enfrentado a outrora pioneira do transporte automotivo e da produção em série, várias considerações sobre os efeitos da desindustrialização no Brasil.
De se destacar que, embora a Ford tivesse desembarcado no Brasil logo após a Primeira Guerra Mundial, a indústria automobilística desenvolveu-se no Brasil na década de 1950, com o governo concedendo incentivos fiscais e financiamentos, além das estradas de rodagem, às montadoras estrangeiras, com proteção à fabricação local de autopeças. Quando da liberação das importações, o setor faliu ou foi comprado por estrangeiros, que seguiram preferindo trazer de fora, sem prejuízo da remessa dos lucros auferidos no Brasil para suas matrizes.
O modelo chinês, maior mercado de automóveis da atualidade, combinou abertura à sociedade com empresas locais, que hoje participam da movimentação de pessoas e cargas por lá e exportam bastante. O mesmo aconteceu na Índia. Já o Japão e a Coreia apoiaram suas Hyunday e Toyota, esta hoje líder global na fabricação de automóveis. Hoje o próprio EUA está trazendo as indústrias para casa, mediante aumento progressivo do conteúdo local nos produtos de lá.
Gurgel e Troller foram experimentos nacionais automotivos. A primeira, tecnologicamente inovadora, quebrou por falta de apoio público; a outra foi adquirida pela Ford e descontinuada, como o foi a FNM, fechada pela Fiat.

Diante do risco de ampliação da saída de empresas e empregos, o vídeo conclui pelo enfrentamento do problema, mediante o fortalecimento da indústria nacional.
Uma oportunidade tecnologicamente avançada e ecologicamente correta é o carro a ar comprimido, do capixaba Pedro Dariva, que o está desenvolvendo lá fora, ao invés de no Brasil.