O Estado que queremos para o Brasil

O Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) publicou os Cadernos da Reforma Administrativa, cujo debate em está em curso no Brasil. O primeiro, redigido por José Augusto Ruas e Saulo Cabello Abouchedid, debate sobre produtividade e os caminhos para o crescimento econômico no Brasil. E traz o que podemos chamar de “gráficos trigêmeos”:

Se é a estrutura de Estado que se quer aprimorar, convém fixar os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

  1. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
  2. garantir o desenvolvimento nacional;
  3. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
  4. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

O quanto a realidade desenhada mostra do cumprimento das metas nacionais? O Brasil caminha em sentido oposto ao que do Estado nacional se espera.

Os autores associam a queda na produtividade, absoluta e relativa, com seu consequente impacto negativo sobre o PIB nacional, à desindustrialização do país. Mas não é só a substituição da atividade manufatureira pelas importações que se verificaram a partir da década perdida de 1980 que explica o mau desempenho brasileiro.

Para bem alocar o capital, é preciso investir trabalho na sua criação, na chamada indústria de base, nas fábricas de fazer fábricas. E tal processo é chave para a erradicação da pobreza e a promoção do bem de todos, se conduzido sob uma politica nacional-desenvolvimentista para a inversão das curvas trigêmeas do Brasil.

José Augusto e Saulo analisam em detalhes, no primeiro volume da coleção, os fatores limitadores do desenvolvimento nacional apontam alguns aspectos da ação do Estado no sentido de promover o desenvolvimento equilibrado do país.

Leia os cinco cadernos do Fonacate:

José Augusto Ruas é Coordenador Adjunto e professor do Curso de
Ciências Econômicas da Facamp, pesquisador do Núcleo de Estudos de Conjuntura da Facamp, Doutor em Economia pela Unicamp;
Saulo Cabello Abouchedid é Economista, Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor das Faculdades de Campinas (Facamp).

Mais sobre a reforma administrativa no Apito Brasil.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

6 comentários em “O Estado que queremos para o Brasil

  1. A pandemia do Covid19 pegou o Estado de calças curtas, desbastado desde a década de 90 com as sucessivas politicas neoliberais reducionistas da máquina pública na esteira da globalização, zombou da sua irreversibilidade.
    A pandemia quase parou “tudo”, emperrou a balança comercial, brecou na marra o intercâmbio de mercadorias pelo mundo. Que ficou tão mais limpo com o freio na queima de combustíveis!
    O prato descobriu-se que fica mais barato e saudável quando preenchido de alimento produzido mais perto do consumidor. Com menos processados das Conchichinas.
    O saldo positivo mais substancioso do Coronavírus ao brecar a globalização foi limpar um bom tanto o planeta, até diminuindo a mortandade geral deste 2020 em relação ao ano passado… Brecou em parte a poluição de mar, ar e terra, que mata mais que o vírus. Menos correria, menos acidentes…
    Essa contabilidade a OMS deveria fazer, mas não faz. Fica com a lupa nos números relacionados à COVID19, mas saúde não se relaciona só com um vírus, mas com a vida e a morte por outras causas que perpetuam na obscuridade, para não ferir os interesses dos seus patrocinadores, os donos da administração das drogas e alimentos, o FDA dos Tios Cartolas do planeta, que privilegiam seus lucros a qualquer custo humano. Agora promovem a venda de testes e futura vacina….E a vacina contra a fome, a exploração e a opressão?
    Mas o bônus valioso deste processo foi expor a desigualdade, de tal modo arregaçada e vergonhosa que obrigou a alçar a essencialidade ao topo da Agenda pública. E aos trancos e barrancos também obrigou governos a promover algum acesso aos bens básicos de sobrevivência, o auxílio emergencial aos mais fragilizados. Como se emergencial não fosse antes da Pandemia…
    E emergencial lutaremos para que continue sendo, enquanto for desigual o acesso às riquezas que são nossas.
    A função inerente ao ESTADO em cada nação democrática que preza a vida – EURECA! – revelada: justiça distributiva dos meios de sobrevivência. Revelou o tamanho necessário ao Estado, o suficiente ao provimento de vida digna para TODOS.
    Quando enfim pudermos nos livrar do coronavírus e tirarmos as máscaras, uau!!! Tomara que a da hipocrisia também caia, do contrário, babáu!!!

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