Além do pouco incômodo do Capitão Messias com o empobrecimento da nossa gente, que parece se divertir com a desgraça alheia, um aspecto chama muito a atenção na digressão do prof. Fernando Nogueira da Costa, titular de Economia da Unicamp, sobre o triste recorde de miserabilização do brasileiro.
Dos três fatores que fizeram o índice saltar de 15% para quase quarenta – 1 em cada 4 cidadãos do país ficou em situação insustentável este ano -, o que de fato parece contribuir decisivamente é o endividamento.
E a resposta do governo é manter os juros em dia, enquanto atrasa como pode a ajuda às pessoas, Estados, Municípios e empresas, deixando os brasileiros ao léu enquanto transfere a riqueza coletiva a certos amigos do onça, em geral escondidos em fundos de investimentos internacionais, que dificultam a identificação daqueles que estão enriquecendo na pandemia.
Ana Conceição (Valor, 24/07/2020) informa: o Índice de Miséria Macroeconômica, que procura medir o bem-estar da população ao agregar indicadores de inflação, desemprego e dívida bruta, deve chegar ao fim deste ano ao pior nível já registrado desde o início do Plano Real.
Segundo cálculo da MB Associados, que elabora o indicador, o governo Jair Bolsonaro deve terminar seu segundo ano de mandato com um índice de 36,85, nível 35% acima do pico atingido em janeiro de 2016 (de 27,39), no segundo mandato de Dilma Rousseff, até então o pior registrado. Agora em julho, o índice está em 22,17 (leitura preliminar), posição similar à alcançada no momento da reeleição da ex-presidente, no início de 2015.
O Índice de Miséria Macroeconômica, divulgado agora pela primeira vez, expande o tradicional conceito de Índice de Miséria criado no começo da década de 1970 pelo economista americano Arthur Okun ao agregar a variação da…
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