Onde está o dinheiro?

A união heterodoxa que vai se formando no Brasil, em favor da expansão da base monetária, é também fruto da eclosão pandêmica no país que, por um lado, supera hoje a China óbitos de infectados e, por outro, mata diariamente mais do que os vitimou as nossas Forças Expedicionárias a segunda guerra mundial.

Já havíamos abordado o assunto em Dinheiro? Se não tem, basta imprimir mais. Em poucos dias, vemos um leque de economistas de Oreiro a Meirelles, do ex-ministro Bresser Pereira ao atual, Paulo Guedes, explicando que há espaço para uma boa emissão de reais sem colocar em risco a estabilidade dos preços.

A autorização legal de gastar – investir na vida dos brasileiros talvez seja um conceito mais preciso – R$ 253 bilhões na solução da crise sanitária não foi plenamente executada até a semana passada, não obstante a queda do salvador isolamento social observada nos centros mais afetados do país.

Foram aplicados R$ 60 bilhões, essencialmente no apoio à população sem emprego e renda. Sim, outros R$ 100 bilhões estão reservados para as duas parcelas vincendas do auxílio emergencial. Então por que, ao menos, não se emite imediatamente os R$ 93 bilhões restantes para ampliar o atendimento aos infectados e criar melhores condições de mais pessoas ficarem em casa?

Guedes propôs a venda de novos títulos públicos ao Banco Central, autoridade a quem cabe regular o tamanho da base monetária, ou seja, a quantidade de dinheiro disponível no país. Um especialista da autarquia lembrou que não é permitida uma operação com essas características. No entanto, se todo o superávit do BC vai ao Tesouro, teria efeito semelhante a simples emissão de dinheiro novo, que “sobraria” nos cofres do BC e seria transferido aos cofres do governo para um uso apropriado à situação de calamidade pública legal que vivemos.

Por fim, por agora:

Vamos vencer a pandemia e sair mais unidos.

Leitura complementar sugerida: Injeção de Liquidez sem Riscos.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

2 comentários em “Onde está o dinheiro?

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