Matéria de Pedro Cafardo, no Valor Econômico de 30.3.2021
Não há setor da economia que substitua a indústria como vanguarda do desenvolvimento econômico, pois é na transformação na Natureza de forma intensiva que a disponibilidade de bens – e de máquinas produtoras de bens – avança à abundância.
Claro que o agronegócio é importante, vital às pessoas do mundo inteiro. Mas é na indústria que o capital dá mais retorno, do contrário o controle da tecnologia não se concentraria ao ponto de o Brasil, como aponta Cafardo na matéria, reprimarizar-se, voltar ao estágio de um século atrás.
Por Pedro Cafardo

É difícil neste momento desesperador fugir do tema da pandemia. Mas alguém precisa pensar em outro paciente moribundo no país, a indústria, atingida também por um poderoso vírus que vem destruindo sua capacidade de produção há décadas. Agora, a doença se agravou. A Ford, há um século no país, vai embora. A Mercedes suspende a produção de sua fábrica no Brasil. A Sony sai correndo de Manaus. É o avanço da desindustrialização. Alguns analistas dizem se tratar de um processo mundial de transição da economia industrial para a de serviços. O processo existe, mas, no caso brasileiro, é acelerado e se dá antes de o país atingir a maturidade no setor.
Há pelo menos três décadas a indústria brasileira agoniza
A fatia brasileira na indústria mundial, que chegou a 2,8% em 2005, recuou para…
Ver o post original 783 mais palavras
5 comentários em “O poderoso vírus da desindustrialização”