A análise de Thiago de Moraes Moreira sobre a deterioração do ambiente macroeconômico brasileiro é bem fundamentada: alta inflação e juros, baixo poder de compra. E aponta fatores determinantes, como a desarticulação da cadeia global de suprimentos e a crise hídrica local, cujo efeito restritivo só não foi maior devido à severa desaceleração da atividade no país.
Ao mesmo tempo, aponta oportunidades, que aparentemente não contam com o interesse oficial na atual quadra da história brasileira, exatamente na diversificação da matriz energética local e na reconstrução de cadeia regional de suprimentos, que todos conhecem pelo nome de industrialização. Foi exatamente o fechamento da indústria nacional que impediu o Brasil de crescer com a moeda desvalorizada, por não ter senão comódites para exportar, além de suprir o mercado interno.
Thiago quantifica a queda da atividade industrial abaixo e consequente resultado negativo do comércio exterior, para conclamar o planejamento governamental, no sentido do “aproveitamento das oportunidades derivadas da consolidação das cadeias produtivas regionais e da transição energética”.
Independente, com base no nosso próprio saber e engenharia, completaríamos.

Thiago de Moraes Moreira é consultor em planejamento estratégico e professor do Corecon-RJ, Ibmec-RJ e IE-UFRJ. Publicou artigo (Valor, 05/01/22) sobre fragilidades (e oportunidades) reveladas pela inflação.
Chegamos ao fim de 2021 em um contexto de deterioração do ambiente macroeconômico brasileiro, caracterizado por uma inflação de dois dígitos, bem como pelas consequências traduzidas na redução do poder de compra e na escalada da taxa de juros. A raiz principal da piora no prognóstico de desempenho econômico para 2022 está, sem dúvida, associada ao atual processo inflacionário.
Neste sentido, para uma análise de possíveis cenários futuros, vale a reflexão sobre as origens desta inflação, destacando em que medida elas revelam fragilidades, ao mesmo tempo em que podem também apontar para algumas oportunidades.
Muito tem se discutido sobre as causas (externas e internas) da atual inflação. No front externo, o grande destaque é para o que se convencionou chamar de “
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