A última mesa do Seminário realizado pela Fundação Maurício Grabois, sobre o primeiro ano do governo Lula, versou sobre a necessária mobilização popular para restabelecer direitos sociais e animar o direcionamento da coisa pública ao crescimento econômico do Brasil.
Rosanita Campos reuniu o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e representantes da União Nacional dos Estudantes e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.
O estudante de história Diego Ferreira lembrou que 8 de Janeiro mostrou que a extrema-direita não estava derrotada no Brasil, em que pese a vitória eleitoral de Lula. Não obstante a integração da juventude na luta pela democracia, a UNE produziu, em seu Congresso, uma pauta de reivindicações, entregue a Lula. Assegurar o ingresso e a permanência dos jovens na universidade, com a restauração da Lei de Cotas e da assistência estudantil, ao lado de novo projeto de ensino médio, são avanços em bom andamento. Para 2024 o foco vai para as políticas trabalhistas, que assegurem empregos com direitos aos jovens que se formam, e a justiça climática e social.
Márcio Santos, do MST, classificou Lula como humanitário, algo oposto aos seus antecessores privatista e anticivilizatório. A reforma agrária é tema atual, embora o processo de acumulação financeira seja distinto do que foi no passado. Para isso, são necessárias mais do que medidas sociais, é preciso reindustrializar o país, retomar as empresas de energia e de transformação, em bases tecnológicas avançadas e ambientalmente sustentáveis.
Além de recompor os biomas avariados, é preciso trazer os agricultores de volta ao campo, nas franjas urbanas, com um modelo agroindustrial cooperado, prosseguiu o camponês. E colocar o povo na rua, para que o governo dependa menos da boa vontade do Congresso em liberar orçamento e base legal ao novo projeto nacional de desenvolvimento.
Por fim, Adilson Araújo localizou o eixo da mobilização dos trabalhadores na busca do aumento da massa salarial e o desenvolvimento das forças produtivas no Brasil, com crescente conteúdo nacional. Para tanto, o Estado precisa recuperar o seu papel e apontar para o desenvolvimento: nova industrialização estimulada pela baixa do juros e expansão do crédito para atrair o investimento privado, enfrentando o conservadorismo macroeconômico, que coloca o Brasil submisso ao grande capital rentista.
A luta é árdua e os avanços são pequenos. Mas o presidente da CTB propõe uma Conferência Nacional do Trabalho, que organize as relações de produção e exerça a pressão por direitos que Lula tanto deseja. Um ânimo novo para colocar o Brasil no patamar de Grande Nação.
Veja a cobertura completa do Seminário.
A FMG já havia avaliado os desafios do governo, apresentados nos seus primeiros meses. Veja os destaques do seminário 100+50.


O artigo destaca a discussão sobre o primeiro ano do governo Lula durante o Seminário da Fundação Maurício Grabois. A mobilização popular é ressaltada como fundamental para restabelecer direitos sociais e impulsionar o crescimento econômico do Brasil. Os representantes destacam avanços nas políticas educacionais e agrárias, mas enfatizam a necessidade de reindustrialização, tecnologia sustentável e justiça social. A proposta de uma Conferência Nacional do Trabalho para pressionar por direitos reflete o desejo de colocar o Brasil no patamar de uma grande nação, apesar dos desafios e da luta constante por avanços significativos.
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