O médico e escritor potiguar Luciano Siqueira aponta com raro poder de síntese as contradições com que se defronta o governo recém-empossado, como se viu na abordagem do período precedente em Frenteamplismo, sim e Memória e histrória, por exemplo.
Se é excessivo o tato no trato com o sistema financeiro e a pressa popular por mais salários, as semanas vindouras hão de dizer.
Por Luciano Siqueira
Via de regra a ansiedade se choca contra o processo natural da vida. Por isso não nos faz bem. Nem com uma boa dose de rivotril para compensar, como parece ter sido a válvula de escape do ex-presidente Jair Bolsonaro, a julgar pela volumosa compra do ansiolítico registrada em transações com seu cartão corporativo.
Há muita ansiedade em relação ao governo Lula, proporcional ao entrechoque de interesses de classe e segmentos de classe em torno da pesada agenda que se coloca de imediato.
O governo se assume como de reconstrução nacional, missão a cumprir com apoio na frente ampla que venceu as eleições. Para governar, necessário que seja mais ampla ainda. O que significa força política e ao mesmo tempo contradições internas.
Basta verificar três frentes de atuação imediata do governo por si mesmas complexas: mudança de rumos da política econômica, construção de maioria parlamentar e redefinição…
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