
Inspirado no artigo de Nilson Araujo de Souza, “A questão nacional na revolução chinesa”, publicado na Hora do Povo em 5.10.2019.
1911
Em país economicamente submetido ao imperialismo inglês, o Partido Nacionalista, dirigido pelo médico Sun Yat-sen, derruba a monarquia chinesa e dá início a breve período republicano.
1921
Inspirado na Revolução Russa de quatro anos antes, é fundado o Partido Comunista da China (PCCh). Os comunistas chineses integram o Kuomintang, junto com os nacionalistas de Yat-sen, em frente anti-imperialista.
1927
Agora liderado por Chiang Kai-shek, em vista da morte de Sun Yat-sen dois anos antes, o Kuomintang rompe com os comunistas e ambas as forças passam a se enfrentar militarmente.
1937
Comunistas e nacionalistas empreendem uma trégua, para reunir forças no enfrentamento ao invasor japonês, que havia começado a ocupar a Manchúria em 1931.
1945
Com a expulsão dos japoneses e o fim da Segunda Guerra Mundial, reacende-se o conflito interno: de um lado, o Kuomintang cede aos acenos dos EUA, como substituto dos ingleses na ocupação imperialista; do outro, o PCCh mantém a luta para libertar de vez a China do jugo estrangeiro.
1949
O Exército revolucionário chinês, já sob a liderança de Mao Tsé-tung, liberta Pequim e é estabelecida a República Popular da China.
1952
Sob a liderança do PCCh, o governo chinês apresenta o 1º Plano Quinquenal de desenvolvimento das forças produtivas, ainda nos marcos do capitalismo.
1954
Promulgada a nova Constituição da República Popular da China, orientando o desenvolvimento das relações de produção e a industrialização no rumo do socialismo, mas mantendo a flexibilidade para o uso de instrumentos do desenvolvimento capitalista sob o controle do Estado nacional; nas palavras de Mao, “transição gradual, não de um só golpe”.
1955
Por indicação e sob a liderança da China, representada pelo chanceler Chu En-lai, é fundado o Movimento dos Países Não-alinhados, apontando, no cenário internacional, para relações fora dos polos encabeçados pelos EUA e a URSS.
1957
Em ação precipitada, a China empreende o Grande Salto a Frente, cujo insucesso é credita ao desenvolvimento insuficiente das forças produtivas no país.
1967
Em nova ação voluntarista, tem início a Grande Revolução Cultural Proletária que, embora tenha favorecido a industrialização chinesa, como no movimento da década anterior, não o fez a ritmo acelerado. Acentuam-se as contradições entre a China e a URSS, qualificada pelo PCCh como “social-imperialista”.
1973
O PCCh identifica a contradição centro-periferia como a principal entre as Nações.
1976
No ano em que Fidel Castro é escolhido como líder dos Não-alinhados, falece Mao Tsé-tung.
1978
Sob a liderança de Deng Xiaoping, a China dá início a uma nova política econômica, para recuperar a lacuna de desenvolvimento ocorrida no período anterior, alcançando crescimento de quase dez porcento anuais por três décadas, índice significativamente superior ao de outras potências lastreadas fundamentalmente em mecanismos mercantis.
Hoje
A China, que representava em 1820 30% da economia global, retrocedeu 5% em 1949, diante da rapinagem imperialista de que foi vítima; pelo critério de paridade de poder de compra, já tem hoje a maior economia entre os países do globo; e, em 40 anos, passou de um produto menor que o brasileiro a outro proporcionalmente superior quando considerada a população sete vezes superior à do Brasil.
Foi nesse contexto que Xi Jinping assumiu a presidência do país e retomou o “sonho chinês”, que tem como desafio central o “grande renascimento da nação”.
Um comentário em “Breve cronologia da revolução chinesa”