Os dados trazido à luz sofreram importante modificação. Em 2020, o PIB per capita brasileiro era inferior a USD 7 mil, colocando o país em degrau mais baixo no quadro de riqueza apresentado. Esse resultado ruim comprova empiricamente a tendência apontada pelo estudo, já que a participação da indústria na economia nacional é decadente e experimentamos baixa produtividade no uso do capital humano, vez que dezenas de milhões de trabalhadores têm ocupação insuficiente, para não dizer nenhuma em muitos casos.
Em sentido oposto está a industrializada e tecnologicamente avançada China, que, não obstante sua população cerca de sete vezes maior que a brasileira, produzia menos que o Brasil em 1980 e hoje tem PIB per capita acima de USD 12,5 mil.
Sábio o legislador brasileiro quando diz que a suavização das flutuações da economia e a busca do pleno emprego dos fatores de produção são positivamente correlacionados entre si.
É frequente ler-se em artigos de opinião na grande mídia que as diferenças de renda per-capita entre os países ricos e os países pobres se devem aos seguintes conjuntos de causas primárias ou imediatas, a saber: (i) diferenças entre as taxas de poupança; (ii) diferenças no estoque de capital humano e (iii) diferenças na eficiência com a qual os fatores de produção são empregados. As diferenças entre as causas imediatas são, por sua vez, explicadas por diferenças nas causas profundas [sobre os conceitos de causas imediatas e causas profundas do crescimento econômico ver Madisson, 1988], em geral identificadas com as instituições existentes nos países ricos (instituições inclusivas) e nos países pobres (instituições extrativistas), para usar a terminologia empregada por Acemoglu e Robinson (2012).
Sobre as diferenças internacionais nos níveis de renda per-capita poderem ser explicadas a partir da má-alocação dos fatores de produção, já argumentamos neste espaço que se trata…
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Um comentário em “Diferenças na taxa de poupança e no capital humano explicam por que os países ricos são ricos e os países pobres continuam pobres?”