Uivam ventos

Há 103 anos nascia em Varsóvia José Aron Sendacz, um Justo, um Poeta. Chegado ao Brasil em 1930, insurgia-se ainda antes dos vinte anos contra o “clamor de guerra” que assombrava o mundo então.

Em homenagem, mais uma obra que Hugueta Sendacz traduziu do ídiche para perenizar o seu legado. Uivam Ventos data de 28.5.1938.

Dele também, entre muitos poemas, Mocinha, Ao teu encontro vou, oh dia!, O navio singra, Estou rindo! e 50 anos da abolição da escravatura.

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Uivam ventos e insuflam

No meu coração um fogo ardente,

Quando fora há o chamamento pela destruição,

Daquilo que amo e prezo.

Quando lá fora o vento espalha pelo mundo um clamor de guerra,

E o trompete é o capital,

Que chama a mim, o trabalhador, a mim, pessoa,

Daqui e de lá,

Para a guerra e o assassinato,

Quero proferir minha palavra:

“Não!

Não, eu não irei!”

Não matarei os meus irmãos de qualquer outro país.

Estendo-lhes minha mão.

E vós… sabeis:

Se colocardes um fuzil sobre meu ombro,

Minha mão cerrará os punhos,

Levantarei bem alto uma bandeira vermelha,

E com ela marcharei.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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