Vamos precisar de todo mundo

Publicado originalmente na Engenharia pela Democracia

Em um debate com colegas da Engenharia pela Democracia, ante a ponderação de ser o Ciro Gomes imprescindível para a frente ampla que irá derrotar Bolsonaro, foi-me solicitado “contextualizar com base no quê este político pode ser útil à eleição da primeira via, que é o Lula?”

De plano, nota-se na pergunta a suposição de o Brasil ter mais de uma via a seguir no pleito eleitoral. De fato, a Nação não está ainda unida para fazer frente à grave dependência dos centros capitalistas mais desenvolvidos, em situação bastante agravada não só pela crise sanitária, mas também com o apodrecimento do poder subalterno, no sentido do fascismo.

Mesmo graduado em mecânica, ouso fazer uma imagem de engenharia das estruturas, para explicar a importância da frente ampla, com todos os brasileiros comprometidos com a democracia e o desenvolvimento nacional nela integrados.

É sabido que prédios de areia, como a “obra” de Sergio Naya no litoral paranaense, tendem a desabar rapidamente. Mas isso não requer, no Brasil, que todas as estruturas residenciais estejam preparadas para suportar furacões e terremotos, pouco previsíveis de ocorrer em solo brasileiro. Mas um reforço estrutural, acima da margem de segurança estabelecida nas normas técnicas, preveniria ocorrência desastrosa em caso do improvável evento natural.

Uma pesquisa recente aponta o ex-presidente Lula com 42% das intenções de voto, “mais do que a soma dos outros candidatos” lembrados pelos entrevistados.

Nas últimas eleições, ganhou Bolsonaro. Dirão alguns que o Lula não foi candidato. Apresentou-se como tal, mas não chegou às urnas, assim como no pleito anterior um desastre aéreo privou o Brasil de votar no Eduardo Campos, líder nas pesquisas até o seu desaparecimento físico.

Talvez seja possível formar um resultado 55-45% sem o Ciro, mas os riscos envolvidos fazem-nos preferir um resultado 80-20%. Para isso, não basta uma aliança socialdemocrata, é preciso somar os trabalhistas, comunistas, liberais nacionalistas e outros democratas, de modo a evitar a chaga fascista de prosperar no Brasil e retomar o desenvolvimento independente da nossa Pátria, que precisa, já hoje, ser reconstruída social, ambiental e economicamente.

Com o fascismo não se brinca. As nossas diferenças podem ser resolvidas mais adiante. É hora de unir a nação e romper com a dependência.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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