A Economática provê uma plataforma de análise do desempenho das ações de empresas listadas em bolsa de valores, voltada à obtenção de ganhos em fundos de investimentos naquele mercado. Seus estudos, no entanto, revelam outro aspecto do capitalismo financeiro que quem não é acionista ou especulador do mercado secundário em regra fica só com a conta a pagar.
Seu recente relatório sobre os resultados dos quatro maiores bancos em operação no Brasil aponta algo mais que a recuperação do setor ainda em plena e letal pandemia.




Os quatro elementos mostram, de comum, curvas ascendentes no tempo: os lucros crescem contínua e cada vez mais rapidamente e, com eles, o valor de mercado dos bancões e a distribuição de lucros aos seus donos.
Por evidente, o movimento de acumulação e concentração de riquezas não é linear, por vezes – e o ano passado foi um deles – os números encolhem, para depois recuperar a tendência geral.
Os resultados de 2020 não foram tão bons quanto esperavam aqueles que gostam de viver do trabalho dos outros? Não parece haver motivo para choro, pois logo no primeiro trimestre deste ano generosos R$ 18 bilhões foram distribuídos a título de dividendos e juros sobre capital próprio.
Se os bancos “promovessem o desenvolvimento equilibrado do país e servissem aos interesses da coletividade”, como manda a Lei, talvez seu desempenho fosse mais palatável. Mas tudo indica que boa parte da recuperação do setor tenha sido devida ao trilhão de liquidez que ficou “empoçado” no ganho fácil – a metade do risco! – com títulos do próprio governo.
Como dizia Jack Navalha na famosa peça de Brecht, “o que é roubar um banco, perto de fundar um?”
Excelente síntese. É marcante a evolução da distribuição de DIVIDENDOS após 2016. Dividendo é a distribuição de LUCROS que a PJ= empresa faz para os sócios= Pessoas Físicas. É um dinheiro que NÃO gera empregos (um mordomo a mais? mais um motorista para levar os filhos à escola?) e, além de improdutivo, NÃO paga impostos… ZERO de imposto de renda, seja quantos bilhões forem.
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O Brasileiro comum eu não sei, mas, depois de 2016 e da retirada da Dilma, os bancões e seus donos fizeram uma esbórnia…
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