
Alfredo de Oliveira
Presidente do Congresso Nacional Afro-brasileiro
Quando há um ano resgatávamos a poesia de José Aron Sendacz que registrou o 50º aniversário do 13 de Maio, não imaginávamos tamanha tragédia se abatendo sobre brasileiros “de todas as cores”.
Vitória de Zumbi, Luiz Gama e do povo brasileiro. Fora o racismo de Bolsonaro!
Vamos comemorar juntos mais um histórico 13 de Maio. Esta data é nossa, ninguém tira.
Nossos antepassados foram tirados da África, transportados nos horrendos navios negreiros e trazidos para o Brasil, onde foram escravizados.
E apesar da enorme tentativa dos escravistas de arrancar qualquer vestígio de humanidade existente dentro de cada escravo, os negros jamais aceitaram tal situação passivamente.
Inúmeras revoltas e movimentos foram organizados e podemos citar algumas entre as mais famosas: a “Revolta dos Malês”, na Bahia, a “Greve dos Alfaiates”, que durante 2 anos não costurou uma roupa sequer para a Coroa Portuguesa e a seus representantes no Brasil, os inumeráveis quilombos espalhados por este Brasil e que até hoje encontramos seus descendentes, como o “Quilombo de Palmares”.
O sonho de Zumbi se realizou quase duzentos anos depois, com a abolição da escravatura. Na epopéia abolicionista surgiram novos Zumbis dos Palmares, a exemplo do poeta, jornalista e advogado autodidata, Luiz Gama.
A campanha pela abolição foi um amplo e poderoso movimento que uniu diversos setores da sociedade brasileira.
A princesa Isabel assinou a lei, mas a libertação dos escravos foi feita nas ruas, praças, teatros, engenhos, senzalas e até nas casas grandes.
Continuar o 13 de Maio é se erguer hoje na defesa firme da democracia, é brigar pelo desenvolvimento do Brasil.
É lutar em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra o desemprego, contra a entrega do nosso petróleo.
Sob o governo Bolsonaro têm ocorrido as maiores atrocidades contra os negros. A pandemia da Covid-19 já levou quase 430 mil vidas, entre elas muitas negras, pelo descaso desse governo com a proteção do povo e pelo desprezo em comprar vacinas e disseminá-las.
Aconteceram os bárbaros assassinatos de João Alberto, no Carrefour de Porto Alegre, e dos tio e sobrinho no Atakarejo de Salvador, simplesmente por roubarem carne para comer.
Sem falar que a fome e o desemprego de mais de quatorze milhões de trabalhadores atormentam a população negra.
CHEGA DE BOLSONARO! VIVA O 13 DE MAIO!
E viva o Professor Eduardo de Oliveira, primeiro vereador negro da Cidade de São Paulo, fundador do CNAB e autor do Hino à Negritude!
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