Os anos de labor no Banco Central causaram-me firme impressão de que os mercados futuros eram mais interessantes aos lucros bancários, vez que não demandavam recursos monetários para realizar lucros. Seu funcionamento está intimamente ligado à flutuação das taxas, mais que ao valor em si, daí as queixas dos bancos pelo fato de a Selic estar estável a meses.
Oreiro, que publicou o artigo ainda antes da reunião do Copom, explora mais aspectos da ciranda financeira, reforçando o sentimento de que, não só no trato à pandemia, também na economia o Brasil caminha no sentido oposto do mundo, mesmo com uma inflação dessazonalizada razoavelmente comportada.
Ontem à tarde, contrariamente aos interesses da indústria, comércio e empregos, os juros básicos subiram a 2,75%.
José Luis Oreiro*

Há muito tempo venho insistindo em meus artigos de que o debate econômico no Brasil se processa como se nosso país tivesse caído numa falha de espaço-tempo (peço as devidas vênias aos Físicos por me intrometer na sua seara), tendo sido transportado para um universo paralelo onde as leis econômicas funcionam ao contrário do universo de referência. A pressão que os economistas e analistas do mercado financeiro tem feito, por intermédio da grande mídia, para que o Banco Central do Brasil retome imediatamente a “normalização” da política monetária, com um “ajuste” (ou seja, elevação) da taxa Selic é mais uma demonstração da minha tese de que habitamos um universo paralelo. No universo de referência – aquele em que habitam o Federal Reserve, o Banco Central Europeu, o Bank of England e o Banco do Japão, entre outros – não existe ninguém, fora de alguma clínica psiquiátrica…
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3 comentários em “O Copom e o Negacionismo Econômico no Brasil”