Quando o Congresso Nacional atribui ao Banco Central do Brasil responsabilidade em “fomentar o pleno emprego” – dos trabalhadores e demais forças produtivas -, se antevê a dificuldade de faze-lo se as reformas de Estado em andamento, que visam reduzir o seu papel na economia, não mudarem o sentido para ajudar no crescimento econômico.
As etapas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos não propiciaram a prometida explosão do emprego, do consumo e do bem estar dos brasileiros, e no Congresso outras apontam também ao fundo do poço, como bem fundamenta Oreiro.
Só poderiam cumprir o desejado se o gasto privado substituísse o gasto público contido, uma impossibilidade prática já tratada pelo professores Belluzzo e Ricardo Carneiro.
José Luis Oreiro**
A sociedade Brasileira enfrenta uma profunda crise econômica, política, social e civilizacional desde 2013. Durante os 10 anos anteriores, a combinação entre um ambiente externo extremamente favorável, na forma de rápido crescimento da economia mundial e elevação dos preços das commodities, do aumento do poder de compra das classes mais desfavorecidas devido ao aumento real do salário mínimo e dos programas de assistência social e do aumento do crédito bancário como proporção do PIB permitiu uma aceleração do crescimento econômico (Ver Figura 1), cuja média móvel decenal alcança o pico de 4,04% a.a precisamente em 2013, uma aumento significativo com respeito das duas décadas anteriores. A partir de 2013, contudo, o ritmo de crescimento da economia brasileira (medido pela média móvel decenal) sofre um processo de desaceleração contínua, alcançando a marca de 1,26% a.a. em 2018, o nível mais baixo para a série iniciada…
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