O carnaval de São Paulo no Bexiga, por Geraldo Filme e uma roda de bambas
Batuque de Pirapora
Eu era menino
Mamãe disse: vamos embora
Você vai ser batizado
No samba de Pirapora
Mamãe fez uma promessa
Para me vestir de anjo
Me vestiu de azul-celeste
Na cabeça um arranjo
Ouviu-se a voz do festeiro
No meio da multidão
Menino preto não sai
Aqui nessa procissão
Mamãe, mulher decidida
Ao santo pediu pediu perdão
Jogou minha asa fora
Me levou pro barracão
Lá no barraco
Tudo era alegria
Nego batia na zabumba
E o boi gemia
Iniciado o neguinho
Num batuque de terreiro
Samba de Piracicaba
Tietê e campineiro
Os bambas da Paulicéia
Não consigo esquecer
Fredericão na zabumba
Fazia a terra tremer
Cresci na roda de bamba
No meio da alegria
Eunice puxava o ponto
Dona Olímpia respondia
Sinhá caía na roda
Gastando a sua sandália
E a poeira levantava
Com o vento das sete saias
Lá no terreiro
Tudo era alegria
Nego batia na zabumba
E o boi gemia
E o samba deste ano da Gaviões.
Este ano cada um no seu bloco domiciliar, com vacina no próximo o Carnaval volta para a rua.
Iso bom Dia! – gostei da sua página, com esse genial Batuque de Pirapora, do Geraldo Filme. Denúncia do racismo feita com muita arte poética. Não conhecia e deu imenso prazer conhecer. Só discordo um pouco do seu arrazoado para os próximos Carnavais. Não acredito que vacinas vencem esses vírus e os demais incontáveis microorganismos patógenos conhecidos, e suas variantes, enquanto seguirmos arando, plantando, colhendo, vivendo e sobrevivendo neste solo pátrio e global CADA VEZ MAIS DESIGUAL!
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