Não contaminar, não deixar contaminar, educar quem contamina
O curso da Natureza tem levado à queda do ritmo de contágio e, com o esforço das equipes de saúde, da quantidade de doentes que vão a óbito por causas correlacionadas ao Covid-19.
Isso não significa que novos milhares de mortes não estejam anunciados para quem não quiser deixar a vida à própria sorte.
Há um esforço global no sentido de buscar prevenir as pessoas ante à nova enfermidade, para que não sofram com a doença nem virem estatística de morte prematura. O próprio governo brasileiro destinou meio bilhão de reais a uma pesquisa inglesa, ao passo que iniciativas regionais têm se associado a outros países em busca da vacina.

O resultado, o tempo dirá, embora a aposta federal tenha esbarrado em um efeito colateral fatal, suspensor dos testes no estrangeiro.
O que é certo é que doenças como a paralisia infantil e o sarampo foram, digamos assim, banidas do território nacional pela vacinação em massa de sucessivas gerações. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) é bastante assertiva sobre as vantagens do Plano Nacional de Imunização. Não resolve vacinar um ou outro, ou mesmo uma região do país, pois as pessoas circulam livremente e o vírus literalmente viaja com elas. O exemplo mais preocupante vem da Europa e sua segunda onda.
Os especialistas não admitem a desobrigação ante à vacinação: o indivíduo contaminante, mais ainda durante a fase assintomática, traz consigo agressão potencial ao direito alheio a uma vida saudável, com riscos crescentes de acordo com o avanço da idade e a existência de outras doenças.
Assim não pensa o senhor Presidente da República.
Recorrente em negar a ciência e os fatos, mandou cancelar a intenção de compra de 46 milhões de doses da mais promissora prevenção até agora alcançada, fruto do esforço conjunto de brasileiros do Instituto Butantã e chineses da Sinovac. Segundo voz corrente, por inomináveis razões necropolíticas e ideológicas.

Enquanto a vacina não vem, é preciso usar a máscara e adotar outras atitudes sanitárias sempre que cada um circular em local público e estabelecer qualquer contato social. Um comportamento de respeito ao próximo, especialmente a quem está trabalhando e prestando serviço a milhares de outras pessoas. Conter o contágio sob todas as formas.

No país do lendário Zé Gotinha, há que se cuidar da vida. Não basta dizer “E daí?“.
Mãos à obra livrar o Brasil do vírus, do obscurantismo e da morte prematura.