José Luis Oreiro apresentou ao portal Disparada uma súmula das mais recentes propostas econômicas do governo federal. Parte delas já havia, de véspera, debatido com o banqueiro Gabriel Galípolo, no Além das Urnas.
O conjunto de medidas reforça a visão do economista sobre o caráter empobreirista-entreguista do governo federal, que não tem outro rumo senão o de conduzir o Brasil à barbárie.
São elas:
- Desindexação dos benefícios previdenciários, que significa a aplicação de um imposto inflacionário sobre as aposentadorias, reduzindo-lhe ano a ano o poder de compra; o mecanismo regressivo sobre os mais pobres foi temporariamente suspenso com o arquivamento do Renda Brasil.
- Inflação de alimentos, devida ao fim dos estoques reguladores da Conab, a entressafra e as vantagens cambiais e tributárias aplicáveis à exportação; o governo foi leniente em não garantir a segurança alimentar dos brasileiros durante a crise sanitária.
- Reforma administrativa, que visa reduzir salários públicos ao invés de elevá-los na esfera privada, extinguir serviços prestados à sociedade e por fim à estabilidade do servidor, transformando o Estado em refém de governantes de plantão. Algo como aumentar de 25 mil para 1 milhão os cargos de confiança.
- Teto de gastos limitando despesas obrigatórias, exceto financeiras, agora acompanhado de rompimento, para baixo, dos pisos constitucionais de gastos em Educação e Saúde.
Oreiro revelou ainda três conceitos do vernáculo ministerial, traduzindo o significado oculto de cada um:
- desindexação para financiar o governo com a inflação;
- desvinculação para permitir ao governo fugir de suas obrigações com os direitos sociais constitucionais e desmontar fundos públicos; e
- desobrigação com os pisos de investimentos e gastos obrigatórios

José Luis Oreiro é catedrático em Economia na UNB, desenvolvimentista e titular da página Economia, Opinião e Atualidades.
Um comentário em “Quatro afrontas de Bolsonaro e Guedes”