
Há alguns dias fomos brindados com o artigo de Ergon Cugler* no Jornal da Usp. O jovem e premiado pesquisador em Políticas Públicas observa que a redução das desigualdades no Brasil, assim como a erradicação do pobreza, é objetivo fundamental da República.
Mais do que um imperativo moral da sociedade e obrigação constitucional dos governantes, Cugler demonstra que é possível e oportuno ter um país mais equilibrado social e fiscalmente. Entre as ferramentas disponíveis está a capacidade estatal de emitir moeda para salvar vidas e investir na economia.
Vejamos:
“Em meio às diversas visões de mundo e concepções econômicas ou de modelo de Estado, o combate às desigualdades socioeconômicas surge como um possível mínimo múltiplo comum para que o diálogo ocorra. Evidência disso, uma pesquisa da Oxfam Brasil (2019) aponta que 94% dos brasileiros concordam que os impostos pagos pela população devem ser usados em benefício dos mais pobres, enquanto 86% diz que o progresso do País está diretamente ligado à redução da desigualdade socioeconômica.
Porém, enquanto o debate segue em alta – mais ainda diante da pandemia da covid-19 –, os relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) colocam o Brasil como o sétimo país mais desigual do mundo. Ainda, o Brasil fica em segundo lugar (atrás apenas do Catar) como país com maior concentração de renda entre o 1% mais rico…