A conurbação da Baixada Santista

O ex-prefeito paulistano Prestes Maia, autor do Plano de Avenidas da capital paulista, prescreveu em 1947 às cidades da Baixada Santista um plano metropolitano de integração viária.

Destaque-se no projeto do renomado urbanista a malha ferroviária cruzando a Ilha de São Vicente, em tempos anteriores à urbanização da Zona Noroeste, para interligar a Praia Grande então vicentina à área continental santista e ao acesso ao planalto.

Além da relativamente pequena mancha urbana à época, outro ponto chama a atenção: o que hoje conhecemos como Vicente de Carvalho, na Ilha de Santo Amaro, era projetado como Nova Santos. A área continental era praticamente inabitada.

A foto mais recente, de capa do grupo Baixada Santista do facebook, mostra a ocupação total da área insular de Santos e São Vicente, bem como de expressiva porção do Guarujá. À direita se vê o novo município de Bertioga (1991), bem como ao pé da Serra do Mar nota-se a urbe cubatense.

Embora a foto mostre mais as reservas naturais continentais de Baixada, os santistas da área continental se veem desconectados da sede insular do município, servindo-se muitas vezes de serviços públicos dos vizinhos Bertioga e Guarujá.

Frustrado o septuagenário plano de Prestes Maia, a interligação pode ser feita por via marítima, mas o acesso terrestre ainda hoje exige trânsito pelas cidades vizinhas.

Mesmo o VLT metropolitano, do qual só a linha amarela está funcionando, até lá não chega como alternativa de transporte público.

Parte da história das populações de Monte Cabrão, Caiubura e Caroara que, não por coincidência, estabeleceram-se ao longo da Rodovia Prestes Maia, é contada em artigo de 2004 pelo Novo Milênio, em Histórias e Lendas de Santos. Já o plano futurista de desenvolvimento regional pode ser conhecido em Memória Santista.

Prestes Maia

Como desenvolver a região e integrar ainda mais seus moradores à vida metropolitana, sem lhes retirar as belezas naturais, é tema para um próximo artigo.

*Mais sobre a Baixada Santista em Região Metropolitana I e II.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, conselheiro da Casa do Povo, EngD, CNTU e Aguaviva, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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