No início de 1952, concluído o plano quinquenal de reconstrução no pós-guerra, o líder soviético Josef Stalin abordava as dificuldades e potenciais do desenvolvimento socialista da URSS.
De plano, observava a importância de formar as novas gerações de dirigentes comunistas e que as leis do socialismo, à exemplo das leis da Natureza, não podem ser criadas ou abolidas pelos comunistas, mas sim conhecidas e aproveitadas no processo de construção da história da humanidade.
A duas leis de economia política destacadas no debate de elaboração do manual marxista de economia política, que não foram criadas nem poderiam ser abolidas pelos homens, são:
Correspondência obrigatória entre as relações de produção e o caráter das forças produtivas.
Desenvolvimento harmonioso, proporcional, da economia do país.
Na URSS dos anos cinquenta persistiam as relações mercantis na economia da primeira fase do comunismo, representadas pela propriedade da produção de mercadorias na área rural. A terra e as máquinas eram estatais, mas o resultado da colheita pertencia aos agricultores, sujeitos a imposto em espécie. Assim, limitadamente, agia a lei do valor, que não podia regular a produção, pois esta não era capitalista, ou seja, não era produto da extração da mais-valia do trabalho vendido por assalariados do campo, que não existiam, assim como não os havia nas cidades.
Na sequência, é apontado que as diferenças entre o trabalho no campo e na cidade, bem como entre o trabalho intelectual e braçal, não haviam ainda sido suprimidas na URSS, nem poderiam se-las enquanto houvessem relações mercantis de produção. No entanto, ela diminuiram significativamente: o provimento de maquinário agrícola e eletricidade pelas cidades ao campo aumentou a amizade entre o proletariado e o campesinato; e o fim da representação dos capitalistas pela intelectualidade e o avanço na formação proletária reduziu bastante a distância entre os dois tipos de trabalho.
No cenário internacional, o fim da guerra trouxe a consolidação de dois mercados globais, um imperialista, hegenonizado pelos EUA e seu plano Marshall, e outro socialista, baseado nas trocas e cooperação técnica entre iguais. A redução do mercado às potências capitalistas e a potencial insatisfação dos países derrotados e do capitalismo francobritânico não permitia prever o fim das guerras interimperialistas, ainda que o conflito central fosse o desse campo com o setor socialista.
Leis fundamentais do capitalismo e do socialismo
Lucro máximo x Satisfação máxima
Nos tempos monopólico-imperialistas do desenvolvimento capitalista, este obedece fundamentalmente à lei da mais-valia, que orienta a exploração não só da maioria da população do país matriz do capital, como também dos países subalternos. É o que permite produzir o lucro máximo, o maior retorno possível na espiral capitalista.
Já no socialismo, a lei fundamental é a da satisfação máxima das necessidades populares, lastreada em alta técnica, o que facilita o desenvolvimento harmonioso da economia.
Após apontar um conjunto de correções pontuais ao Manual de Economia Política, Stálin concluiu ressaltando a importância do documento não só para as novas gerações de comunistas soviéticos, como também para aqueles no exterior, interessados na experiência vivida para a construção de seu próprio caminho de superação do capitalismo.
A edição da Editora Anita Garibaldi inclui três cartas de Stálin, em que disutia questões econômicas com camaradas do PCUS.


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