Busca de lucros, preços altos e baixa qualidade causam desprivatizações em 60 países

Na faixa principal, “devolvam a ferrovia britânica”

Márcio Pochmann, na RBA

Nas últimas duas décadas, 884 serviços prestados pelo setor privado – como saneamento, transporte, distribuição de água e energia, coleta de lixo foram reestatizados.

A crise da globalização instaurada desde 2008 produziu efeitos traumáticos diversos, gerando questionamentos, inclusive da rainha Elizabeth II que durante visita a uma das principais escolas inglesas de difusão do receituário neoliberal indagou, sem resposta, a respeito das razões do generalizado colapso creditício. Lembrando que não fossem as diversas iniciativas antiliberais adotadas pelos governos da época, a intensidade e profundidade da crise seriam ainda mais graves, apenas comparáveis à Depressão de 1929. Nos Estados Unidos, por exemplo, somente o governo central chegou a comprometer 700 bilhões de dólares nas operações de estancamento da crise instalada no interior do setor privado. Do total de recursos públicos liberados, por exemplo, 36% foram para salvar os bancos, 12% para evitar a quebra generalizada do complexo automobilístico e 10% para assegurar a solvência da seguradora AIG.

De lá para cá, silenciosa e gradualmente o Estado foi sendo recuperado em diversos países, outrora defensores do neoliberalismo e praticantes da privatização. Exemplos disso podem ser constatados em inúmeras empresas que foram reconvertidas em empresas públicas devido ao fracasso da privatização, como nos serviços públicos. (+647 palavras, Rede Brasil Atual)

Sem o Estado forte, não há registro de mercado eficiente.

Márcio Pochmann é economista e presidiu o IPEA de 2007 a 2012, entre outras funções públicas.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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