Fernando Nogueira da Costa faz detida análise do mercado secundário de ações no Brasil, comparando os movimentos locais com os de outras bolsas ao redor do mundo. É secundário não por pouco expressivo, mas porque não o afeta o caixa das empresas listadas, exceto no redirecionamento de eventual distribuição de dividendos. Especulativo, portanto.
Se a volatilidade – o entra e sai, com peso grande de investidores sediados fora do país – não deixa as empresas funcionando no Brasil mais ou menos ricas, do erário público não pode dizer o mesmo. É comum, como demonstrado logo no início do artigo, que o juro suba para “disputar” o capital em bolsa. Mas não é o único efeito.
No câmbio, os principais especuladores com base no exterior fazem o movimento inverso ao observado na bolsa: entram na alta e saem na baixa do real face ao dólar. Por exemplo, se com um dólar compram seis reais e adiante podem comprar um dólar por apenas cinco, ganham vinte cents sem fazer absolutamente nada, onerando as reservas internacionais do país. No mínimo, vão adicionar a renda dos juros públicos. Se apostarem certo, um ganho maior que este no mercado mobiliário.




Depois de receber mais de R$ 73 bilhões em recursos estrangeiros até o último dia 16 de março de 2022, valor acima do recorde anual da série histórica iniciada em 1994, o segmento secundário da B3 (ações já listadas) pode sentir um abrandamento deste fluxo nos próximos meses, conforme o cenário global de ações passa por ajustes.
Investidores globais ainda enxergam suporte para ações ligadas a commodities, mas uma mudança de foco para ativos mais dependentes da economia local parece menos provável, conforme as pressões inflacionárias se intensificam e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) dá início ao ciclo de aperto monetário.
Em 2022, o Ibovespa acumula ganhos de 9,8%, enquanto o S&P 500 perde 6,3%, o Nasdaq devolve 11,6% e o europeu Stoxx 600 cede 6,8%. O desempenho positivo, no entanto, é fortemente concentrado em empresas com maior peso no índice local e nos setores de…
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Um comentário em “Entrada na Baixa e Saída na Alta para Realização dos Ganhos: Investidores Estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo”