A Fundação FHC realizou interessante debate com foco em comódites e logística no Brasil. A partir do exposto nas três primeiras partes desta série, cabem algumas considerações sobre o seminário, a partir do ponto-de-vista deste autor.
Na sala de debates, registramos um par de perguntas que os convidados não tiveram a oportunidade de se pronunciar a respeito.
Ante à abundante demanda internacional por nossos produtos, e supondo que os compradores o irão transformar em outros de maior valor, inclusive para exporta-los manufaturados ao Brasil, pensamos na conveniência de vender as comódites já transformadas, ao invés de envia-las ao natural.
Do exemplo citado sobre o uso do milho na ração suína chinesa, mais vale embarcá-lo ao exterior apenas debulhado ou já transformado no alimento animal? Interessa importar um trilho de ferrovia fabricado com o minério extraído no país ou moldá-lo nas siderúrgicas pátrias, de preferência exportando, se for o caso, algum excedente?
São situações que se coadunam com a segunda pergunta: ajudaria retomar a indústria nacional para fornecer a infraestrutura não só da produção, mas também da logística relativa às comódites?
Foi lembrado pelos debatedores que o financiamento das linhas e terminais pode ser feita pela atividade do entorno, sempre consideradas as questões urbanas que a organização desses espaços demanda.
Do ponto de vista econômico e do interesse nacional, o que melhor do que industrializar a produção, agregando mais valor às mercadorias e gerando mais empregos, e, ao mesmo tempo, desenvolver indústria baseada nas necessidades da mineração, do cultivo e da movimentação de tudo isso?
Regulação estatal e planejamento, em aliança com o trabalho dos brasileiros, as armas do país para vencer os desafios apresentados e aproveitar as oportunidades de desenvolver o país.

Série em quatro capítulos:
Parabéns!
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