Quando o Brasil entoa o Hino à Negritude por ocasião do Dia da Consciência Negra, algumas da muitas histórias de brasileiros, sem pretensão de esgotar a vastidão de contribuições à construção da Pátria, são aqui contadas:
Maria do Carmo Gerônimo

Ela nasceu em Carmos de Minas, a 5 de Março de 1871, poucos meses antes da aprovação da Lei do Ventre Livre. Ela é considerada a última pessoa escravizada de que se tem notícia e uma das pessoas mais velhas do mundo. Maria Gerônima foi escrava até os 17 anos, quando a escravidão foi abolida no Brasil e faleceu em junho de 2000, aos 129 anos.
Ela trabalhou 60 anos como empregada doméstica na casa do historiador José Armelim Bernardo Guimarães. Esse período de sua vida ilustra o que é ser “quase da família”.
Em Itajubá, no dia 5 de Março, é comemorado o Dia de Maria do Carmo Gerônimo e da Mulher Negra e Índia em sua homenagem e a força das mulheres guerreiras que resistiram a séculos de opressão e apagamento.
Nilo Peçanha

Nascido em 1867 na região cafeeira de Campos dos Goytacazes (RJ) Nilo Peçanha foi o primeiro presidente negro do Brasil¹ sucedendo à Afonso Pena, de quem era vice, no final da primeira década do século 20.
Abolicionista e republicano, seu governo foi de perfil popular, preocupado com o ensino técnico público e gratuito, como motor do desenvolvimento do país.
Em seus 17 meses de presidência recebeu João Cândido e os revoltosos da chibata, mas não lhe coube abolir o degradante.
André Rebouças

Monarquista, abolicionista e engenheiro, André Rebouças foi professor da hoje UFRJ e responsável, entre outras, pela obra da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá.
Segundo a historiadora Hebe Mattos, da UFJF:
André se distingue de outros intelectuais brasileiros oitocentistas por suas ideias de reforma social, sobretudo de democratização da propriedade da terra, como complemento necessário da abolição e condição para uma modernização inclusiva e democrática do país.
Eduardo de Oliveira

O professor Eduardo de Oliveira foi o primeiro vereador negro da capital paulista. Autor muito jovem do Hino à Negritude, oficial em todo o Brasil a partir de 2012, foi fundador e presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro, o CNAB.

O Brasil só será livre quando todos os negros forem libertos.
Alfredo de Oliveira Neto, presidente do CNAB
Em 1938, meu pai José Aron Sendacz escrevia sobre o Treze de Maio.
¹Alguns historiadores apontam também a afro-descendência de Prudente de Morais.
Com informações das redes sociais, do Ecoa Uol e do Ipeafro.