
O senhor Wassef ganhou notoriedade por advogar e buscar justiça a integrantes da família do Presidente da República. O assunto ganhou mídia e levantou, aos olhos dos servidores encarregados de verificar situações suspeitas na sociedade, indícios de eventual irregularidade, suscitando ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) a realização de um procedimento a respeito.
O TRF1, segundo a Folha de São Paulo, pediu à Polícia Federal investigar vazamento do Relatório de Investigação Financeira do advogado. E foi além, declarando imotivada a sua produção, não obstante, de acordo com a notícia, três movimentações serem, aparentemente, irregulares.
Em outras palavras: em vez de mandar apurar se houve ilícito de Wassef, o Poder Judiciário de Estado se voltou contra o servidor público que identificou a possibilidade! Algo já visto na Itália, com relação à famosa Operação Mãos Limpas, que teria inspirado a Lava Jato brasileira.
Para que o Estado coiba e, quando praticados, averigue e puna os malfeitos, certas prerrogativas dos servidores públicos precisam ser preservadas. Quem explica é Paulo Lino Gonçalves, Presidente do Sinal – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central e Vice-Presidente do Fonacate – Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado:

“O COAF, embora vinculado administrativamente ao Banco Central, tem atribuições próprias, com autonomia técnica e operacional, e o seu quadro técnico é formado por servidores cedidos por doze outros órgãos públicos, como o próprio banco, a Receita Federal, a Polícia Federal, a Susep e a CVM. Nos preocupa ver o trabalho desses servidores questionados por investigação por motivações que podem ir além do aspecto técnico. O que deixa patente a necessidade da manutenção da estabilidade do serviço público, que se pretende eliminar pela Reforma Administrativa que se encontra no Congresso Nacional. Pois é a estabilidade que dá garantia ao servidor desempenhar suas funções em pró do Estado brasileiro e não de qualquer outro interesse.”
Saiba mais na Hora do Povo.
2 comentários em “Operação “Abafa a Jato”: o relatório do COAF e a justiça para o senhor Wassef”