
Hora do Povo, 27.1.2021
“Associações da indústria lançam manifesto contra as declarações feitas por Carlos Von Doellinger – indicado por Bolsonaro para presidir o Ipea – de que o Brasil deveria focar apenas na agricultura e mineração.
“Na semana passada, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Von Doellinger, disse que o Brasil deveria focar apenas na agricultura e na mineração, abrindo mão da indústria manufatureira. Foi comparado por setores da indústria à Maria I, a Louca, ao declarar que o caminho do Brasil “não é a indústria manufatureira”. “Não somos bons em produzir materiais de transporte, não somos bons nisso (….) nosso caminho não é a indústria manufatureira, a não ser aquela ligada a beneficiamento de produtos naturais, minérios”. (+1374 palavras, Hora do Povo)
Do manifesto “A importância da Indústria de Transformação”, a redação do jornal destaca:
Indústria de transformação quer transformar o Brasil
Nossa gente merece e pode ter um futuro de desenvolvimento e justiça social
“Para a promoção de um projeto eficaz de desenvolvimento sustentado, ou seja, economicamente pujante, socialmente justo e ambientalmente correto, não basta o progresso dos serviços, agronegócio, prospecção mineral e setor financeiro”
“Negar-nos, enquanto economia e nação, a prerrogativa de desenvolver competências e tecnologias significa um retrocesso à jurássica lógica colonialista, resignando-nos à condição de fornecedores de produtos primários e compradores de bens avançados. Essa anacrônica equação sintetiza-se em uma palavra: subserviência”
“Felizmente, nossos competentes institutos Butantan e Fiocruz, que participaram do desenvolvimento de imunizantes, em breve terão a transferência de tecnologia, que lhes permitirá autonomia para a fabricação. Para isso, contudo, desenvolveram competências”
A Coalizão Indústria é formada por 15 associações de importantes setores econômicos da indústria nacional e que representam 45% do PIB da indústria nacional, 65% das exportações brasileiras de manufaturados, geram 30 milhões de empregos diretos e indiretos e mais de R$ 250 bilhões em pagamentos de impostos. São elas: Anfavea, Abicalçados, Abrinq, AEB, CBIC, Abinee, Abimaq, Abiplast, Abiquim, Abit, Abcp, Eletros, Interfarma, Grupo FarmaBrasil e Instituto Aço Brasil.
2 comentários em “Líderes industriais repelem “retrocesso à jurássica lógica colonialista””