Dez dias que abalaram o mundo

O calendário gregoriano usado na Rússia de 1917 marcava o dia hoje, 7 de Novembro, como 25 de Outubro, a data emancipatória do proletariado do país euroasiático. Meses após a deposição dos Romanov do trono czarista, os bolcheviques tomavam a dianteira para, com a tomada do Palácio de Inverno e a prisão do governo provisório, transferir todo o Poder para os sovietes de deputados operários, camponeses e soldados.

Três decretos firmados por Lenin marcaram a origem do novo regime: Paz – a Rússia saiu da primeira guerra mundial, à sequência foi invadida por 14 potências militares estrangeiras; Pão – a alimentação do povo passou a ser direito inalienável, sabotadas por latifundiários que queimavam o trigo colhido; e Terra – que passou ao Estado para sua ocupação por cooperativas e mesmo fazendas públicas. Os quarenta anos seguintes deram prova do que o ser humano é capaz. Mesmo com a guerra civil e imperialista de 1917-1921 e suportando 2/3 do efetivo nazista sobre o seu território, os soviéticos da Rússia e, a partir de 1922, de toda a União Soviética foram do arado ao espaço em quatro décadas.

Apagar a história dessa construção de uma vida coletiva e produtiva custou muitas das conquistas de lá, por isso a alegria de lembrar do 103º aniversário da Revolução Russa. A reintrodução progressiva da propriedade privada na URSS a partir de 1956 levou a um breve retrocesso histórico, mas essa é outra história.

Relembrar a epopeia narrada pelo jornalista estadunidense John Reed, que ganhou as telas em 1967 é bom alento para saber que uma vida livre da guerra e da miséria está ao nosso alcance.

Os próprios soviéticos contaram também a história em Lenin em Outubro.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.