A China tem se mostrado capaz de cumprir o que promete. Enquanto o Brasil quer manter a inflação baixa baseada em juros definidos por um banco central autônomo, os asiáticos, cuidando da sua própria vida, esperam dobrar a renda per capita em cinco anos. Como a inflação por lá gravita em torno dos 5% anuais, significa que cada cidadão, em média, poderá comprar 50% a mais de coisas do que hoje, ao fim do plano quinquenal.
Esse é o significado do duplo mandato – inflação e crescimento econômico com pleno emprego, à parte dos cuidados com a poupança popular depositada no sistema financeiro.
Se o FED, o BCE e o BCB não conseguem entregar um resultado assim, não é porque são mais independentes, mas devido à fraca atuação estatal na economia.
Por Elias Jabbour e Luiz Gonzaga Belluzzo.
O professor Yu Yongding observou, recentemente nas páginas eletrônicas do Project Syndicate (“Decoding China’s ‘Dual Circulation’ strategy”, 29/09/2020), que a “política de dissociação e sanções do governo Trump deixou a China sem escolhas a não ser dobar a ligação do crescimento econômico com a demanda doméstica, para garantir uma posição sólida nas cadeias globais de valor”. Eis um raciocínio.
Por outro lado, ainda na chamada “geoeconomia” o prestigiado professor Lanxin Xiang, autor de um verdadeiro best seller lançado recentemente (The Quest for Legitimacy in Chinese Politics, Routledge) tem sintetizado um grande debate que ocorre nos círculos intelectuais chineses e sobre o abandono, por Xi Jinping, do conselho original de Deng Xiaoping de que a China deveria esperar seu tempo e manter um perfil discreto.
O que determinadas discussões acadêmicas sobre a China acabam não levando em consideração é que Deng Xiaoping, um homem…
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