
Na esquina de casa, quem passou de carro ecoou o grito preso na garganta de quem estava nas janelas dos apartamentos. Os poucos transeuntes pararam para fotografar e aplaudir. Mesmo separados no combate coletivo ao vírus, todos se juntaram em uma orquestra de panelas em defesa do futuro do Brasil.
O chamamento unânime das Centrais Sindicais, dos professores e estudantes e dos servidores públicos tão demandados nestes tempos de pandemia causou reflexos desde que começaram a circular os muitos cartazes nas mídias sociais.
Dois horários foram publicados e, por duas vezes, o brado retumbante da brava gente brasileira se fez ouvir. Mais que nunca, direitos precisam ser preservados, a começar pelo direito à vida, ao trabalho digno e à livre manifestação.
O capitão messias já havia desafiado o Brasil rompendo a quarentena que deveria cumprir de forma exemplar. Não satisfeito, passando recibo, para usar a expressão popular, chamou um contrapanelaço para meia hora mais tarde da noite deste 18 de Março. A resposta das janelas foi um sepulcral silêncio.
Como preconizou Edna Rueda, vamos sair mais fortalecidos dos virulentos ataques contra a saúde e contra a democracia. Um bom filtro de som permitiu ouvir entre os batuques:
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