
Ainda no século passado, o pós-doutor em economia Nilson Araújo de Souza discorria, nas páginas da Hora do Povo, sobre o desenvolvimento da etapa final do capitalismo como relação de produção humana.
“As lutas que hoje se travam em todos os rincões do planeta mostram claramente uma indignação crescente em relação ao caminho de devastação que a oligarquia financeira dos países centrais, encabeçada pela dos EUA, vem impondo ao mundo”, afirma o então presidente do Instituto do Trabalho Dante Pellacani. Apontando o colapso da política neocolonial, Nilson demonstra que através de “manifestações, movimentos grevistas, disputas eleitorais e movimentos armados, os povos abrem um novo caminho, na busca de um mundo melhor e humano”.
O professor demonstra, no segundo bloco, que “a recessão se generalizará a partir dos EUA, cuja economia é, na verdade, o epicentro da crise”, “pois além de terem os maiores déficits externos e a maior dívida externa do mundo, para completar, converteram-se de maiores investidores estrangeiros do mundo em maiores recebedores de investimentos estrangeiros”. “O tombo da economia norte-americana levará, inevitavelmente, à bancarrota da economia mundial. Se chegarem a aumentar suas taxas de juros, como decorrência de uma provável retirada de capitais japoneses, os EUA enxugarão capitais do mundo inteiro, além de forçar os demais países a também aumentar seus juros, a fim de não perder capitais. O resultado será a redução da produção em todo o mundo”.
O caminho então apontado: “o fortalecimento dos Estados nacionais é um instrumento decisivo para a construção da nova etapa do desenvolvimento”, que “só não interessa aos parasitas que dominam o capital financeiro especulativo dos países centrais, que querem dominar o mundo a partir de seus próprios Estados nacionais”.
O desenvolvimento ulterior da China é um bom exemplo dos riscos e oportunidades observados em 1998.
O arquivo da internet preservou o conteúdo da obra, que pode ser conferido também aqui: parte 1 e parte 2.
Também do economista, leitura suplementar correlacionada: O desenvolvimento capitalista em cinco estações, de 2021.

Um comentário em “A agonia da especulação global”