A trajetória de Hersch Schechter

Em Jornalismo e Revolução no Século XX, Dina Lida Kinoshita conta a história de Hersch Schechter.

Logo no prefácio, Esther Kuperman define o personagem biografado na obra:

Contar a história de Hersh Schechter é falar sobre a melhor parte da Humanidade. Ele foi um ser humano imprescindível. Sua generosidade em oferecer seu tempo ao projeto de uma sociedade com mais oportunidade para todos é rara.

Hersh nasceu na Bessarábia, em 1909. Uma época de tensões nacionais e econômicas na Europa do leste que levou muito judeus a deixarem sua terra natal. Assim foi com seu pai, que veio ao Brasil com intenção de se estabelecer e em seguida trazer a família, plano interrompido pela primeira guerra mundial. Os Schechter se reuniram no Rio de Janeiro somente em 1919, tempo em que a Revolução Russa já tinha alcançado o poder e o Partido Comunista seria constituído logo depois.

Na segunda metade dos anos 1920 o PCB ganha a sua jovem militância, como redator da imprensa partidária e popular. Estrangeiro, é preso e suporta a primeira de suas duas deportações por sua atividade partidária e, já na Europa, é resgatado dos esbirros fascistas alemães e encaminhado à União Soviética, vivendo nas cercanias de Moscou até a sua volta ao Brasil, clandestino, entre o final de 1933 e o início de 1934.

Retoma a sua militância junto ao núcleo judaico do partido, estabelece família e participa, desde os tempos da guerra, da resistência antifascista e da construção da Casa do Povo, em São Paulo, onde, no bojo do intenso trabalho cultural para que “não se repita” a barbárie nazista, assume a direção do jornal Nossa Voz, mesmo sem nunca ter publicado nada com seu nome impresso nas páginas do períódico, empastelado em 1964 pelas forças ditatoriais que se instalaram no Brasil. Hoje, a Nossa Voz voltou a circular com regularidade.

Conquistou um passaporte brasileiro para acompanhar, em 1957, o congresso do Partido Comunista de Israel e trabalhou até os anos 80 quando, aposentado, mudou-se com sua esposa Felícia para o Rio de Janeiro, onde completou a sua vida em 1990.

Publicado por Iso Sendacz

Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo e da Engenharia pela Democracia, conselheiro da Casa do Povo, Sinal, CNTU e Aguaviva, membro do Partido Comunista do Brasil. Foi presidente regional e diretor nacional do Sinal. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.

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