O governo federal mantém, desde 10.2005, informações sobre a disponibilidade de leitos hospitalares em território nacional, possibilitando segmentação tanto regional como em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e oferta fora dele.
Uma síntese pode ser vista na figura:

Importante frisar que o sistema tem gestão compartilhada entre a União, estados, Distrito Federal e municípios.
A oferta de leitos por habitante tem sido constantemente decadente nos 17 anos tabulados pelo SUS. Destaca-se também a relativa estabilidade de leitos totais no primeiro lustro, mas com forte substituição da oferta pública pela privada, que se manteve em ligeira alta, mas sem cobrir a lacuna deixada pelo SUS nos lustros seguintes.
Presume-se que o avanço no final de 2020 deva-se aos hospitais de campanha montados para receber os pacientes da pandemia, sendo retomada a tendência de queda logo a seguir.
Uma radiografia do sistema brasileiro de saúde e a indicação de soluções para a melhora da sua eficiência e eficácia foi feita no final de 2019 pelo Dr. Roberto Bittencourt em “A devastação da Saúde no Brasil e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento“. Consultado, hoje, sobre os números do quadro acima, declarou:
Desde a consagração do SUS na CF, em 1988, o sistema público de saúde vem perdendo leitos hospitalares.
É uma política deliberada de favorecimento do setor hospitalar privado.
Que cresce na mesma proporção da diminuição de leitos hospitalares públicos.
Não é atoa que dos 9% do PIB para a saúde, 3,8% vem do setor público e 5,2% vem do setor privado.
A área hospitalar é a mais lucrativa, juntamente, com a área de exames médicos, atraindo investimento dos fundos de investimentos estrangeiros e sofre um processo de fusões e aquisições intenso, no Brasil.
Dados por Unidade da Federação mostram resultado positivo para o Ceará, por exemplo, que tem hoje mais leitos que no início da série: o crescimento superou 10%.
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