Oreiro apresenta duas sugestões para o brasileiro viver melhor no próximo governo. Além de propor aqui nova fórmula de aumento real do salário mínimo com menor pressão inflacionária, enquanto a reindustrialização não vem, o economista e professor da UNB trata também do fim do teto de gastos. Sem descuidar do equilíbrio fiscal a médio prazo, no curto o governo terá que ter “a flexibilidade necessária para fazer as políticas de assistência social que precisam ser feitas e retomar o investimento público em obras de infraestrutura e assim, gerar crescimento econômico”.

Recentemente um economista do mercado financeiro, mas com um perfil mais “keynesiano”, afirmou que o aumento real do salário mínimo no periodo 2003-2013 só foi possível devido, não a uma alegada melhoria dos termos de troca da economia brasileira, mas ao comportamento benigno dos preços dos bens duráveis após a entrada da China no cenário global. Esse evento teria gerado uma grande deflação dos preços dos bens manufaturados, abrindo assim espaço no IPCA para o aumento do salário mínimo.
Tenho dois pontos de divergência com respeito a essa análise. Em primeiro lugar, a deflação dos preços dos bens manufaturados só foi possível graças a brutal apreciação da taxa nominal e real de câmbio no Brasil no período 2004-2007. Esse movimento da taxa de câmbio – alimentado pelo enorme diferencial entre a taxa de juros doméstica (selic) e as taxas de juros praticadas nos países desenvolvidos…
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Um comentário em “É um erro dar aumento real ao salário mínimo?”